Missal da viagem de Bento XVI á Alemanha lembra ação da Santa Sé na reunificação do
país após décadas de separação, e destaca «descristianização» do país
(22/9/2011) A visita de Bento XVI à Alemanha, de 22 a 25 de Setembro , vai enfrentar
o “progressivo processo de secularização” num país de “antiga tradição cristã”. Num
texto publicado no missal da viagem, o departamento de celebrações litúrgicas do
Papa refere que “este movimento de descristianização, que diz respeito a toda a Alemanha,
intensificou-se com a reunificação das duas Alemanhas”, em 1990, dado que “a maior
parte da população da antiga RDA, que cresceu sob domínio comunista, foi educada e
plasmada no espírito do ateísmo”. «“O anúncio do Evangelho é, por isso, um dos
compromissos mais imperativos e importantes da Igreja Católica Romana neste país”,
indica o guia das celebrações de Bento XVI na Alemanha. Esta terceira viagem conta
com passagens por Berlim, Erfurt, Etzelsbach e Friburgo, tendo como lema ‘Onde há
Deus, há futuro’ [frase proferida por Bento XVI em 2007 no santuário austríaco de
Marienzell], e inclui encontros com a comunidade judaica e muçulmana. “A visita
do Santo Padre quer contribuir para manter viva a pergunta de Deus na sociedade e
revalorizar a resposta da fé cristã”, indica o departamento de celebrações litúrgicas
do Papa. A introdução ao missal da viagem refere-se à “preciosa obra” de João Paulo
II (1920-2005), predecessor de Bento XVI, na “reviravolta política no Leste da Alemanha
e no Leste da Europa”. Cinco anos depois da sua última passagem por solo germânico,
o Papa encontra uma Igreja afetada pelos casos de abusos sexuais envolvendo membros
do clero e pela divisão dentro do próprio catolicismo em matérias como o celibato
dos padres ou a moral sexual. Segundo o Vaticano, dos 81,7 milhões de habitantes
da Alemanha 24,6 milhões são católicos, o que corresponde a 30% do total da população. O
missal da viagem à Alemanha sublinha que a nação conta com “cada vez mais pessoas
com uma história familiar de imigração”. “Com elas, chegaram a este país também
religiões não-cristãs, em primeiro lugar o Islão”, acrescenta o texto.