2011-09-22 11:54:11

DIRETO DA ALEMANHA: OS DETALHES DO PRIMEIRO DIA DA VISITA DO PAPA


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Berlim, 22 set (RV) - A Alemanha começa hoje a viver um evento excepcional, seja por razões históricas como pelo debate nacional que está gerando: a chegada de Bento XVI a Berlim. Uma pequena delegação de eclesiásticos e autoridades, crianças e um grupo de fiéis o aguardavam para saudá-lo. Em uma sala à parte, teve um breve encontro com a Chanceler, Angela Merkel, e o Presidente da República, Christian Wuff. Logo em seguida, o grupo foi ao Castelo de Bellevue, residência oficial do Presidente: o edifício foi construído em 1785, destruído durante a II Guerra e reformado em 1959.

Nos jardins, teve lugar a cerimônia oficial de boas-vindas, com a execução dos hinos nacionais, piquete de honra e as formalidades previstas pelo protocolo de uma visita de Estado.

Em seguida, o Papa se retirou para uma audiência particular com o Presidente e sua família, em uma das alas da residência.

Ainda de manhã, encontra-se com a Chanceler, na sede da Conferência Episcopal Alemã.

À tarde, a expectativa se concentra na visita ao Parlamento Federal o Bundestag, onde Bento XVI fará um discurso que já está catalisando a atenção de todos. Ele falará a uma nação que, como outras na Europa, está sofrendo as graves consequências econômicas e sociais da crise, mesmo mantendo o primado de ser a segunda nação do mundo em ajudas aos países pobres.

A Alemanha registra um índice de desemprego que oscila entre 13 e 11% e taxas de natalidade sempre mais baixas, apesar da enorme presença de imigrantes. Do ponto de vista confessional, católicos e luteranos somam 2/3 da população. O restante é constituído por ateus e muçulmanos (10%). Em Berlim, a porcentagem de agnósticos é ainda maior, beirando 60%, e os católicos são apenas 9%.

Em sua mensagem transmitida sábado pela TV estatal, o Papa antecipou que o tema da viagem, “Onde estiver Deus, há futuro” será um marco para o início da Nova Evangelização: uma proposta que bem cabe neste país, hoje seduzido pela secularização e ferido pela crise da pós-modernidade.

Não será uma missão fácil: gestos de protesto, desde uma manifestação contra seu discurso no Parlamento até a convocação de cerimônias paralelas por parte dos críticos do catolicismo estão programadas em Berlim.

O próprio presidente alemão, Christian Wulff, declarou ao jornal "Die Zeit" que “milhões de católicos separados e casados de novo, assim como milhões de pessoas de outros grupos, esperam do Papa um pronunciamento a este respeito”. Ele mesmo é católico praticante e casado pela segunda vez.

Ontem à tarde, o Presidente da Conferência Episcopal Alemã, Dom Robert Zollitsch, em coletiva de imprensa, lançou um apelo a ouvir o Papa antes de criticá-lo. “Bento XVI trará à Alemanha uma mensagem de esperança; ele vem falar de valores, nestes tempos de crise” - defendeu.

Sobre a questão de um eventual encontro com as vítimas de abusos – que ainda não foi oficialmente confirmada – o Arcebispo reiterou o esforço do Papa neste sentido, que data de quando era Cardeal: o compromisso em prevenir os abusos e tutelar as vítimas.

O Arcebispo de Friburgo também ressaltou a importância ecumênica do encontro com os luteranos em Erfurt, recordando que podem emergir novas ideias, com êxito positivo: “Bento XVI – disse Dom Zollitsch – é corajoso mas sabe ser paciente”.

Ainda hoje, Bento XVI se reunirá com a comunidade judaica alemã e celebrará uma missa no estádio olímpico de Berlim, com capacidade para 90 mil pessoas. Está prevista a participação de milhares de poloneses.

Cristiane Murray, da Alemanha para a RV.








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