2011-09-17 09:44:39

BISPOS IRAQUIANOS: "NÃO HÁ LIBERDADE RELIGIOSA NO PAÍS"


Bruxelas, 17 set (RV) - Dois bispos iraquianos – o Arcebispo de Erbil, Dom Bashar Matti Warda, e o Arcebispo caldeu de Mosul, Dom Emil Nona, foram recebidos no último dia 13 pelo Presidente do Conselho da Europa, Hermann van Rompuy, em Bruxelas. No encontro, os prelados relataram ao mandatário europeu a condição dos cristãos no país, frisando textualmente que “não existe liberdade religiosa no Iraque”.

Eles explicaram que o artigo 3 da Constituição iraquiana concede uma espécie de primazia ao direito islâmico, já que nenhuma lei pode contradizer a ‘xariá’.

Os dois bispos pediram ajudas para construir escolas, o que beneficiaria toda a sociedade iraquiana: “A educação ajudaria a desenvolver uma nova cultura, bem como a liberdade religiosa, abrindo novas perspectivas aos jovens” - afirmou Dom Warda.

O Presidente do Conselho da Europa quis saber das circunstâncias em que vivem as famílias iraquianas, da situação da mulher no país, do futuro dos cristãos na antiga Mesopotâmia, a proteção dos refugiados e como a Europa pode ajudar.

Segundo Hermann van Rompuy, as instituições da União Europeia estão interessadas em conhecer a situação e o futuro dos cristãos em locais onde sofrem algum tipo de perseguição, especialmente no Oriente Médio.

Em fevereiro de 2011, a União Europeia condenou a perseguição e os ataques sofridos pelos cristãos em muitos lugares do mundo. A declaração reconhecia que a liberdade religiosa é um direito fundamental de todos os seres humanos, que deve ser protegida “em todos os lugares”.

Segundo Dom Warda, desde 2003, mais de 500 cristãos foram assassinados por motivos religiosos ou políticos, 66 igrejas foram atacadas e 4 mil famílias cristãs iraquianas abandonaram a Diocese de Erbil, no norte curdo do Iraque, para fugir da violência e da intimidação.

As informações foram divulgadas pela AIS, Ajuda à Igreja que Sofre, para a qual o Iraque é um dos países prioritários. No ano passado, foram destinados 567.697 euros para ajudar as comunidades católicas que optaram por permanecer no país apesar das hostilidades sofridas por parte de grupos radicais. Desde o início da guerra, milhares de caldeus abandonaram o país.
(CM)







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