2011-09-16 15:59:15

Santa Sé propõe luta contra o trafico de seres humanos indicando ás Nações Unidas os instrumentos para este combate.


(16/9/2011) Colocar no centro a dignidade da pessoa, a certeza da pena para os traficantes, o combate à corrupção, a educação nas escolas e a retidão das informações veiculadas meios de comunicação social.
Estes são os instrumentos que o Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas em Genebra, Dom Silvano Maria Tomasi, indicou – durante a 18ª sessão do Conselho da ONU para os Direitos Humanos – como os únicos capazes de vencer o trafico de seres humanos, um fenómeno que envolve cerca de três milhões de pessoas por ano, com um lucro total de cerca de 30 bilhões de dólares.
Viagens cheias de perigos, passaportes e documentos que são seqüestrados pelos escravistas e que privam as vítimas da sua identidade: segundo o Arcebispo Tomasi, esses são os elementos essenciais do tráfico de seres humanos, forma moderna de escravatura que mata a dignidade pessoal e a liberdade.
Certamente, não é um fenómeno novo, mas a característica principal que a escravidão de hoje assume é a da globalização do fenómeno, do desenvolvimento de um mercado global dos seres humanos que explora a pobreza extrema e vulnerabilidade de muitas pessoas que desejam apenas fugir de intoleráveis condições de miséria e de violência.
Sobretudo as mulheres são pessoas em situação de risco – observou o prelado: ser vítimas do tráfico de seres humanos muda-lhes o modo de pensar, chegam a considerarem-se um objeto, pura mercadoria de troca, vivem na ilegalidade e na marginalização social e cultural típicas dos "sem casta"; vítimas dos contínuos abusos sexuais, são espoliadas dos
seus valores e da sua feminilidade, da estima de si e do sentimento do amor. "Uma tal degradação – disse o representante da Santa Sé – sufoca qualquer sonho de um futuro melhor.
Diante da assembleia, Dom Tomasi ofereceu uma lúcida análise do fenómeno do tráfico de seres humanos, indicando, sobretudo, as suas causas principais: a pobreza endémica nalgumas zonas do mundo, os conflitos armados que atingem de modo particular as crianças, e a difusão da corrupção.
"Para contrastar esse flagelo são necessárias uma grande determinação e uma convergência de esforços", disse, ainda, o Arcebispo Tomasi, que indicou algumas prioridades da luta contra a escravidão: em primeiro lugar, a prevenção, através de programas de informação e formação nos países de origem, de modo a criar uma nova mentalidade feita de relações interpessoais verdadeiras; além disso, iniciativas concretas de proteção e reintegração das vítimas; e, por fim, o endurecimento das penas para os traficantes.
O que deve ser mudado, no fundo, é a mentalidade, e deve-se assumir uma nova, que coloque no centro a dignidade e a unicidade de toda pessoa, porque "enquanto as leis podem mudar e serem adaptadas à evolução do fenómeno do tráfico de seres humanos – concluiu o observador permanente da Santa Sé , não muda o fato que ninguém pode ser vendido, em plena violação da dignidade e dos fundamentais direitos humanos, dado que todos os seres humanos foram criados à imagem de Deus, e como tal não podem ser tratados como escravos








All the contents on this site are copyrighted ©.