REPRESENTANTE VATICANO NA ONU: COMBATER MORTALIDADE DURANTE PARTO SEM PROMOVER ABORTO
Genebra, 16 set (RV) - Reduzir a mortalidade no mundo ligada à gravidez, sem
reconhecer o aborto como método de planejamento familiar: foi a recomendação do Observador
Permanente da Santa Sé no escritório da ONU em Genebra, na Suíça, Dom Silvano Maria
Tomasi, falando, nesta quinta-feira, na 18ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos.
É
inaceitável o nível de mortalidade, no mundo, no momento do parto. O arcebispo ressaltou
isso recordando a Resolução de 2010 e comentando o documento em discussão nestes dias
para eliminar todos os casos possíveis.
O representante vaticano reiterou que
"devem ser incrementadas a atenção e os recursos" para um fenômeno que define como
sendo "um desafio em tema de saúde, de desenvolvimento humano e de direitos humanos".
"Com
grande pesar, é preciso reconhecer que foram feitos insuficientes progressos para
evitar os 350 mil casos de morte durante a gravidez ou no momento do nascimento. Dom
Tomasi alargou para outras emergências o discurso dos riscos para as mulheres: a infibulação
feminina, matrimônio para crianças e violências. E ressaltou: "É necessário reiterar,
mais uma vez, que toda mulher tem igual dignidade em relação ao homem".
"A
mulher – acrescentou – tem um lugar e uma vocação distinta que é complementar, de
não menos valor que a do homem." A recomendação do arcebispo foi concreta: passos
avante do ponto de vista legal para a promoção da condição da mulher; melhoramento
dos sistemas de saúde para uma assistência completa; e sistemas de monitoramento das
obrigações dos Estados sobre esses temas.
A Igreja Católica está empenhada
no âmbito da saúde, em particular em favor das pessoas que ficam excluídas da assistência
assegurada pelos governos, mas também no âmbito educacional, bem como também empenhada
na promoção de políticas que protejam tais direitos.
Em seguida, o observador
vaticano fez uma distinção, afirmando que a Igreja não partilha a expressão "aborto
perigoso", que deixa entender que haja um aborto sadio. "Qualquer aborto destrói a
vida humana", reiterou o Arcebispo Tomasi, recordando que na declaração internacional
da Conferência ONU de 1984 sobre a população se reconhecia que "jamais é aceitável
concebê-lo como método de planejamento familiar."
Portanto, não a programas
de promoção da contracepção e do aborto que – explicou –, por exemplo, na África não
resolvem as principais causas de morte. (RL)