Lahore, 15 set (RV) - É uma emergência que se sobrepõe a outra emergência.
Enquanto ainda se está administrando a reconstrução depois das inundações de 2010,
novas grandes inundações atingiram o sul do Paquistão nos últimos dias, causando mais
de 200 mortos e 5 milhões de desabrigados. Fortes chuvas, enchentes de rios e inundações
se concentraram em Sindh, Província do sul do Paquistão. O governo lançou um apelo
de solidariedade às Nações Unidas e à comunidade internacional. Também as ONGs se
ativaram, incluindo a Caritas no Paquistão.
Amjad Gulzar, há três meses Diretor
Executivo da Caritas no Paquistão, disse à Agência Fides: “Nós ainda estávamos envolvidos
na reconstrução após as cheias do ano passado, e eis uma emergência nova e terrível.
Lançamos um apelo de solidariedade ao país e também à Caritas Internacional. Dos 23
distritos de Sindh, 22 foram duramente afetados. Tomamos imediatamente a iniciativa,
graças às nossas equipes locais. A Caritas de Hyderabad está monitorando a situação
e intervenções. É urgentemente necessário, neste estágio inicial, alimentos e tendas
para os deslocados”.
Enquanto isso, as polêmicas sobre as inadequadas medidas
preventivas tomadas pelo governo estão na ordem do dia. Várias organizações da sociedade
civil são muito críticas. “O governo faliu na intervenção. As chuvas de 2010 atingiram
todo o país, mas parece não ter aprendido nada. A resposta do governo não tem sido
eficaz e agora nós nos encontramos na mesma situação, com conseqüências desastrosas
de pobreza e miséria para milhões de pessoas”, destaca o diretor da Caritas.
Questionado
pela Fides, Peter Jacob, leigo católico e Diretor da “Comissão Justiça e Paz” da Conferência
Episcopal do Paquistão, salienta outro aspecto sobre as minorias religiosas: “Em Sindh,
há muitas comunidades hinduístas e cristãs afetadas pelas inundações e deslocadas.
Esperamos que não haja discriminação na ajuda, que chegue aos que dela necessitam.
Desejamos uma ação efetiva. A Comissão Justiça e Paz se ativou também contra os desastres
naturais, e chegamos a mais de três mil pessoas afetadas pelas enchentes do ano passado.
Continuaremos a monitorar a situação”, finalizou. (SP)