2011-09-14 13:10:32

Santa Sé denuncia crimes de ódio contra cristãos


(14/9/2011) O secretário para as Relações com os Estados da Santa Sé, o arcebispo marroquino Dominique Mamberti, denunciou segunda-feira os crimes de ódio contra cristãos, durante uma conferência da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) realizada em Roma.
Citando a mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz de 2011, sublinhou que “os cristãos são, atualmente, o grupo religioso que padece o maior número de perseguições devido à sua fé.
Segundo dados do Departamento para as Instituições Democráticas e os Direitos Humanos na OSCE, este ano em pelo menos 12 Estados da área verificaram-se episódios de violência praticada contra cristãos.
As situações mais delicadas dizem respeito ás áreas do Kosovo e da Albânia, mas verificaram - se atos vandálicos contra prelados e igrejas também na Espanha, Bélgica, Áustria e França.
"Observamos um aumento cada vez maior da intolerância em relação a cristãos", evidenciou o Arcebispo Mamberti, ressaltando que também nos países de maioria cristã existem fenômenos de discriminação. Ignorar isso significaria dar um sinal negativo aos países que não fazem parte da OSCE, explicou.
"A liberdade religiosa é o primeiro dos direitos humanos porque foi o primeiro historicamente a ser reconhecido e porque diz respeito à dimensão constitutiva do ser humano, à sua relação com o Criador", salientou o Secretário vaticano para as Relações com os Estados.
Outro ponto importante enfatizado é que não se pode confundir o respeito pela liberdade religiosa "com o relativismo ou com a ideia de que na era pós-moderna a religião é um componente marginal da vida pública", uma manifestação relegada à esfera privada.
"A religião é mais do que uma opinião privada, a religião tem sempre um impacto na sociedade e nos princípios morais", afirmou Dom Mamberti.
Naturalmente – esclareceu –, ninguém tem intenção de confundir essas atitudes com as condenações à morte de cristãos em algumas áreas do mundo, mas é preciso recordar que "os crimes por ódio se alimentam do ambiente em que a liberdade religiosa não é plenamente respeitada e a religião é discriminada".
Salientando a colaboração contínua entre a OSCE e a Santa Sé sobre esses temas, o Arcebispo Mamberti recordou a Resolução da Assembléia parlamentar OSCE adotada este ano numa reunião em Belgrado como tendo sido "um importante passo em frente no debate sobre a intolerância e a discriminação contra os cristãos", e fez votos de que após as declarações de princípio "medidas concretas" sejam tomadas nesse sentido.

“É incontestável que ocorrem crimes de ódio contra cristãos na região da OSCE”, afirmou por seu lado o diretor do Gabinete para as Instituições Democráticas e Direitos Humanos daquela instituição, Janez Lenarčič, durante o encontro dedicado à discussão de formas de combate a crimes de ódio contra cristãos.
O site do organismo presidido este ano pela Lituânia, que cita as declarações do responsável eslovaco, acrescenta que se têm registado casos de profanação de lugares de culto, fogo posto e outros prejuízos, além de agressões a crentes e líderes religiosos.
“Esses ataques instilam medo, não apenas nas pessoas diretamente visadas mas também na comunidade mais larga, particularmente onde a comunidade cristã em questão pertence a uma minoria”, acrescentou Lenarčič.
A cimeira, inaugurada com um discurso do metropolita cristão ortodoxo Hilarion de Volokomansk, de Moscovo, contou com a presença de 150 representantes dos 56 estados da OSCE, da qual Portugal faz parte, além de delegados de comunidades religiosas e organizações não governamentais.
O italiano Lamberto Zannier, secretário-geral da organização que inclui países da Ásia Central e América do Norte, destacou as ameaças à segurança colocadas pelos crimes de ódio e salientou a importância da recolha de informação relacionada com essas formas de violência nos estados membros da OSCE








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