Diálogo inter-religioso é a única alternativa para a paz. Mensagem final do encontro
promovido em Munique pela Comunidade de Santo Egídio
(14/9/2011) Um apelo pelo diálogo inter-religioso e pela paz marcou o final do encontro
internacional ‘Destinados a viver juntos. Religiões e culturas em diálogo’, promovido
pela Comunidade de Santo Egídio, em Munique, esta terça-feira. “Não há futuro na
guerra, não há alternativa ao diálogo. O diálogo é uma arma simples, ao dispor de
todos”, indica o documento, lido no encerramento desta iniciativa, que reuniu representantes
de várias religiões e da sociedade civil, procurando reviver o “espírito de Assis”,
quando vários líderes religiosos se reuniram na cidade de São Francisco, a 27 de outubro
de 1986, por iniciativa de João Paulo II (1920-2005). Os participantes pedem que
os responsáveis internacionais procurem “globalizar a justiça” e classificam a opção
pelo diálogo como a “arma mais inteligente e pacífica”. “O mundo tem necessidade
de mais esperança e de mais paz. Podemos aprender novamente a viver não uns contra
os outros, mas uns com os outros”, dizem os líderes religiosos. Nos três dias de
encontro foram recordados os “mártires da fé católica” do século XX, os quais, segundo
dados apresentados D. Mark Stenger, bispo católico de Troyes e presidente da Pax Christi
França, representam “dois terços” dos 4 milhões de mortos cristãos assassinados por
causa da sua religião. No campo de concentração nazi de Dachau, o cardeal Roger
Etchegaray presidiu a uma cerimónia em memória das vítimas da perseguição do regime
de Hitler. Andrea Riccardi, fundador da Comunidade de Santo Egídio, encontrou-se
com a chanceler alemã, Angela Merkel, à qual disse que o mundo “tem necessidade de
uma Europa forte e unida”. A comunidade católica de Santo Egídio com sede em Roma,
tem promovido, ao longo dos últimos 25 anos, uma “peregrinação de diálogo e de paz”
em várias cidades europeias e do Mediterrâneo, incluindo Lisboa, em 2000. A edição
de 2012 vai ter lugar em Sarajevo, Bósnia-Herzegovina, no 20.º aniversário do cerco
da cidade, que ao longo de quatro anos terá custado a vida a mais de 12 mil pessoas.