CARDEAL MARADIAGA FALA DA ONDA DE VIOLÊNCIA QUE ATINGE HONDURAS
Tegucigalpa, 13 set (RV) - A onda de violência que está ensanguentando o país
foi duramente condenada pelo Arcebispo de Tegucigalpa, capital de Honduras, Cardeal
Oscar Andres Rodriguez Maradiaga, que destacou: “A crise é grande, e não apenas econômica,
mas moral. Quando se perde o respeito pela vida, quando por qualquer razão, se tira
a vida dos outros, então estamos agindo de modo errado”. O cardeal afirmou que o mandamento
da lei de Deus “não matarás” parece ter sido completamente esquecido no país, a tal
ponto que os jovens estão entrando nos novos grupos de assassinos. “Muitos vezes os
governos esquecem o princípio fundamental do cristianismo, que é o bem comum, segundo
o qual você não pode pensar somente no bem individual, mas em toda a comunidade.
Quando
as autoridades são eleitas para governar um país, devem fazer esforços muito grandes
para servir a todos”, acrescentou o cardeal. Com relação à crise nacional da educação
pública, o Cardeal Rodriguez Maradiaga evidenciou que, enquanto não se chegar ao fundo
do problema, a educação continuará a ser pobre. “Não é apenas uma questão de salários,
mas é um problema de mudar a mentalidade”, disse ele.
“É justo que um professor
seja bem retribuído, e isso se pode entender, mas ao mesmo tempo, os professores devem
ser responsáveis e não deixar que crianças e jovens fiquem sem instrução”. O cardeal
fez essas declarações em uma conferência realizada durante o jantar de beneficência
da Fundação “Nutre Hogar” em San Pedro Sula (cerca de 180 km de Tegucigalpa), no último
dia 8 de setembro.
Esta fundação trabalha de modo especial com as crianças
de Honduras que sofrem de desnutrição. “Serei mais feliz se depois desta noite, “Nutre
Hogar” será capaz de cuidar de mais crianças porque o futuro das crianças depende
de uma boa alimentação”, concluiu o cardeal. A fundação de fato está organizada para
cuidar de 100 crianças por dia, mas no momento cuida apenas de 30, devido à falta
de recursos. O outro convidado para falar na mesma noite, foi o presidente do Panamá,
Ricardo Martinelli. (SP)