CHILE: DOMINGO MARCADO POR PROTESTO PELAS 40 MIL VÍTIMAS DA DITADURA NO PAÍS
Santiago, 12 set (RV) - Milhares de pessoas lotaram as ruas de Santiago do
Chile, neste domingo, para relembrar as cerca de 40 mil vítimas da ditadura militar
inaugurada no país após o golpe de 1973. O regime repressivo e altamente violento
durou 17 anos e teve o apoio dos Estados Unidos, que também nesse 11 de setembro protestaram
contra os ataques às suas Torres Gêmeas.
Os participantes da passeata partiram
do centro da cidade e percorreram 32 quarteirões até o Memorial dos Presos Desaparecidos
durante a ditadura. De acordo com a Associated Press e a Agência Estado, a marcha
foi pacífica durante a maior parte do percurso. Os tumultos iniciaram com a chegada
do grupo ao memorial, onde surgiram grupos de encapuzados que jogaram pedras, garrafas
e bombas na polícia. Os oficiais responderam com jatos de água e bombas de gás lacrimogêneo.
Há
38 anos, o presidente do Chile de então, Salvador Allende, junto a outros 40 assessores
resistiam no palácio presidencial enquanto eram atacados pelo exército do próprio
país com dois aviões Hawker Hunter que sobrevoaram nove vezes o edifício, lançando
mísseis em sua direção e provocando um grande incêndio.
Quando estava prestes
a ser capturado pelos golpistas, Allende mandou que seus assessores deixassem o local
e se suicidou com um fuzil AK 47 que havia ganhado de presente de Fidel Castro. E
foi assim que teve início a ditadura militar chilena, comandada por Augusto Pinochet,
que assassinou 3.065 opositores e submeteu 36.948 pessoas a torturas ou à prisão por
questões políticas. (ED)