2011-09-08 10:40:04

O MISTÉRIO DO PERDÃO


Cidade do Vaticano, 08 set (RV) - O perdão de Deus é tão grande quanto sua misericórdia.

Jesus disse que devemos perdoar até setenta vezes sete. Trata-se de um exagero para que possamos entender, simplesmente, que devemos perdoar sempre. Ninguém teve a chance de perdoar quem quer que seja essa quantidade de vezes.

A dívida que o empregado tem com o rei, dez mil talentos, é, na prática, impossível de ser paga. As rendas anuais do rei Herodes, o Grande, não chegavam aos mil talentos à época de Jesus. Para o empregado, não havia alternativa. O surpreendente é que o rei o perdoa E, mais surpreendente ainda, é que o empregado se empenha em receber de volta cem denários do seu companheiro, logo depois de ter recuperado a vida.

Todos esses exageros nos levam a um dado fundamental: a misericórdia de Deus é tão grande que não podemos sequer imaginá-la. Quase poderíamos dizer que todas as nossas idéias sobre o bem e o mal, sobre o pecado, etc., desaparecem diante da misericórdia de Deus. O amor de Deus por suas criaturas é tão grande que nem mesmo se fala de perdão. É simplesmente um amor que o cobre todo, que nos envolve totalmente. Como diz São Paulo, na segunda leitura: “Na vida e na morte pertencemos ao Senhor.”. Ao lado desse amor, dessa imensa misericórdia, fica claro que qualquer falta que nos faça um de nossos irmãos é nada, por mais feridos que nos sintamos.

A vitória se Cristo sobre a morte é a grande lição que devemos aprender. Sua morte nos perdoou os pecados, uma dívida impagável que tínhamos com Deus. Dessa certeza nasce nosso compromisso de perdoar sempre e totalmente, exatamente como pedimos no Pai Nosso: “Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.

+ Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)







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