FALHA NO SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE DO HAITI PREJUDICA MULHERES E MENINAS
Porto Príncipe, 07 set (RV) – Poucas melhoras nas condições de vida dos haitianos
um ano e meio após o terremoto que causou destruições gigantescas na Ilha caribenha.
Quando falamos em sistema de saúde pública, então, os avanços são menores ainda e
as mais prejudicadas são as mulheres e as adolescentes.
O setor recebeu menos
da metade dos 258 milhões de dólares previstos, o que vem a agravar a situação da
Ilha, onde 60% dos hospitais encontram-se nas zonas atingidas pelo desastre natural.
Segundo relatório da Organização Internacional Human Rights Watch, as informações
de base sobre os locais de assistência médica gratuita não são muito esclarecedoras,
e pouco chegam à população. Muitas pessoas não têm dinheiro para pagar o transporte
público até os postos de atendimento, outras temem deixar os campos onde moram por
falta de segurança. Mulheres dão à luz sem assistência médica e o número de gravidez
indesejadas tem aumentado rapidamente, muitas vezes fruto de estupros.
Esse,
aliás, é um crime muito freqüente nesse contexto, do qual as principais vítimas são
mulheres e meninas. Recentemente o escândalo da violação coletiva contra uma haitiana
de 18 anos cometido por um grupo de soldados das Nações Unidas, que deveriam estar
ali para proteger a população.
Hoje teve-se a notícia de que o comandante
da Missão de Estabilização no Haiti, Minustah, general Luiz Ramos, anunciou a repatriação
dos cinco soldados uruguaios que cometeram o crime. Em 48 horas eles deverão estar
de volta ao Uruguai.
Em entrevista à Rádio ONU, a porta-voz da Minustah, Eliane
Nabaa, disse que as acusações também estão sendo investigadas pelo Ministério da Defesa
do Uruguai. Ela afirmou que, se as alegações forem verdadeiras, os autores deverão
ser levados à justiça.
Ainda de acordo com o general Luiz Ramos, a ONU tem
trabalhado no país com um contingente de 9 mil homens. Segundo ele, o comportamento
dos cinco soldados não representa a conduta de toda a Missão no país.
As tropas
de paz da ONU no Haiti são lideradas pelo Brasil desde 2004. (ED)