2011-09-06 12:09:12

NO CEARÁ, IGREJA CONSCIENTIZA SOBRE TRABALHO ESCRAVO


Fortaleza, 06 set (RV) - A Comissão Pastoral da Terra (CPT) Ceará e o Mutirão Pastoral contra o Trabalho Escravo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), buscando implantar o projeto em todo o Ceará, realizaram nos dias 2 a 4, no Sitio São Francisco, em Horizonte, Ceará, um seminário de formação sobre o Mutirão Pastoral. Os objetivos foram discutir a problemática do trabalho escravo no Brasil e identificar situações de escravidão naquele estado, bem como fazer encaminhamentos na linha da erradicação.

Participou do evento o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade da Justiça e da Paz, Padre Ari Antônio dos Reis, e mais dois membros do grupo de trabalho do Mutirão Pastoral contra o Trabalho Escravo, Gabriel Souza e Francisco Alan. O encontro teve a participação de 20 pessoas de várias dioceses e pastorais do Ceará.

O encontro está dentro do programa que a CNBB lançou em 2010: “Ouvi o Clamor do meu Povo: Mutirão Pastoral contra o Trabalho Escravo”, que busca aproximar a Igreja das situações análogas ao de trabalho escravo em todo o Brasil e promover ações concretas para a erradicação do trabalho escravo.

Além das Pastorais Sociais do Regional Nordeste I (Ceará), movimentos sociais também participaram do momento de Fortaleza.

Nos mesmos dias, ainda no Ceará, a rede “Um Grito pela Vida” promoveu o Curso de Formação para Multiplicadores na Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, com a proposta de entender a dimensão atual deste fenômeno no Ceará.

Estudantes de Jornalismo, Serviço Social e Turismo, religiosas, agentes de pastorais e do poder público participaram do evento. “Temos que fazer o invisível tornar-se visível. As pessoas precisam entender a dimensão que é o tráfico de pessoas”, enfatizaram os organizadores do encontro.

Para a representante do Núcleo de Enfrentamento e Prevenção ao Tráfico de Seres Humanos e Assistência às Vítimas do Estado do Ceará, Andréia Costa, um dos principais problemas no estado é o turismo sexual.

Segundo a rede “Um Grito pela Vida”, as maiores vítimas do tráfico de pessoas são mulheres, que serão forçadas a se prostituírem. “Não tem como você saber quem está sendo vítima de tráfico de pessoas. É igual à violência doméstica. É silenciosa e carregada de preconceitos”, afirma Andréia Costa.

Em outro ponto da Aquidiocese de Fortaleza, em Horizonte, um grupo articulado pela Pastoral do Migrante e a Comissão Pastoral da Terra do Regional Nordeste 1 da CNBB (Ceará), se encontraram para refletirem sobre o que é trabalho escravo e partilharem sobre a realidade no Ceará.

“Precisamos entender que trabalho escravo é aquele que priva a liberdade e coloca o trabalhador em situação degradante. Hoje ele está também nas cidades, dentro das fábricas, na construção civil e no trabalho informal”, ressalta o coordenador da Comissão Pastoral da Terra (CPT) do Regional, Thiago Valentim.
(CNBB-CM)








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