2011-09-05 12:13:59

NAS MÃOS DOS JOVENS


Cidade do Vaticano, 05 set (RV) – “L’Osservatore Romano” celebra o aniversário olhando para o futuro. Publicamos abaixo artigo do jornalista Carlo di Cicco, escrito por ocasião do sesquicentenário do cotidiano vaticano.

“Depois de cento e cinquenta anos de vida, a galopada na história da Igreja e do mundo levou finalmente «L’Osservatore Romano» às mãos dos jovens nos bancos escolares. Um acordo com o Observatório Giovani-Editori para o diário nas salas de aulas, livremente escolhido por professores e jovens, a par de outros jornais importantes, marca de certo modo o início de uma nova fase para o jornal do Papa. De diário político-religioso, destinado predominantemente a um limitado círculo de leitores, a companheiro também do percurso formativo de jovens mentes comprometidas em construir o próprio futuro. Confirma-se assim de forma dinâmica a felicíssima expressão de «singularíssimo jornal» com a qual o Cardeal Giovanni Battista Montini descreveu, no centenário da sua fundação, «L’Osservatore Romano» e a sua natureza maleável.

Singularíssimo, porque humaníssimo. E humaníssimo, porque diário curioso das realidades divinas que entram nas vicissitudes dos homens considerados como cidadãos do tempo e, simultaneamente, peregrinos a caminho rumo a uma pátria celeste mais bonita e maior do que todas aquelas possíveis na terra.

O olhar sobre a vida, entre o tempo e a eternidade, é o segredo do jornal do Vaticano, e não podia ser diversamente para um jornal católico, ou seja, aberto ao universal. À imitação da Igreja que é católica, aberta a cada um em todos os tempos e em todos os lugares. Capaz de harmonizar a unidade e a multiplicidade de povos e culturas, casa onde nos treinamos para a liberdade dos filhos de Deus.

Em 1861, enquanto em Roma nascia «L’Osservatore Romano» e em Turim se celebrava pela primeira vez a unidade da Itália, um sacerdote piemontês chamado João Bosco punha à disposição dos seus jovens artesãos a primeira tipografia salesiana. Com aquelas máquinas, então de vanguarda, confiadas aos jovens, Dom Bosco difundiria no meio do povo a História da Igreja e as Leituras católicas, à sua maneira antecipadoras das modernas revistas e instant books. Em 1937 Pio XI, um Papa amigo de Dom Bosco e de «L’Osservatore Romano», confiava aos Salesianos a tipografia do Vaticano, onde desde estão foi sempre impresso o jornal da Santa Sé.

A questão juvenil atravessa como um rio cárstico toda a sociedade, passando de ápices de interesse à marginalidade total. No meio de uma mudança epocal, sob muitos aspectos dramática e cuja meta é incerta especialmente para os jovens, Bento XVI atirou uma pedra no charco, voltando a pôr em primeiro plano a emergência educativa, sinónimo de uma questão juvenil considerada sob o ponto de vista mais importante e decisivo para reconstruir a sociedade: a educação. Ocupar-se dos jovens coincide com a busca de novos caminhos e recursos, para um futuro de paz e de justiça globais. A chegada do jornal do Papa às salas de aula e à web constitui um bonito modo para recordar um aniversário carregado de anos e de experiências; celebra-se projectado para o futuro.

Em 1861, em concomitância com o nascimento de «L’Osservatore Romano», no mundo católico nascia uma tipografia que nessa época era um sinal da vontade de estar em sintonia com os tempos. Na vigília do 150º aniversário do seu jornal, Bento xvi — primeira vez de um Pontífice romano — ligou-se em videoconferência com os doze astronautas da estação espacial internacional. Sinal dos tempos de um espírito inalterado. Para que um jornal tenha um futuro, explorando espaços cada vez mais amplos do universo físico e espiritual, os jovens — exploradores habituais da rede — permanecem o patrimônio a cultivar para o garantir da melhor forma.
(CM)








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