Cidade
do Vaticano, 04 set (RV) - O que é perdoar e como perdoar? Neste domingo, o Evangelho
nos propõe uma reflexão sobre o ato de perdoar, do perdão.
A primeira atitude
do cristão é ir em direção ao pecador e tratá-lo como irmão, com repeito e atenção.
O
falar mal e pelas costas, nada adianta, piorará a situação quando o faltoso souber
de que seu erro foi tema de conversas de outras pessoas. Ele é o mais interessado
e não outros. Se ele não sabe e é deixado alheio do que se fala dele, isso se chama,
em bom português, fofoca. É uma atitude mundana e nada cristã.
Por outro lado,
quem vai falar com o faltoso, deverá ir na qualidade de quem já perdoou a falta cometida,
colocando-se na posição de irmão, jamais de juiz. Muitas pessoas, com determinação,
possuem o costume de dizer a verdade, doe a quem doer. Tudo bem! Contudo, nos casos
em que a verdade, ao ser dita, poderá provocar rancores e ódios, ela não deverá ser
falada. Nem tudo deve ser dito, mas apenas aquilo que gera vida e não morte.
Tudo
deverá ser feito em clima de sigilo, respeitando a dignidade e a privacidade do outro.
Se por acaso o faltoso não ouvir o irmão que o procurou com caridade, este deverá
se cercar de mais outros dois irmãos semelhantes no respeito e na busca da salvação
do faltoso. Procurar o mesmo e entabular uma conversa fraterna.
Nesse momento,
onde o faltoso está sozinho de um lado, tendo à frente três outras pessoas que comentam
sua má ação, o transgressor jamais poderá ser colocado contra a parede e sentir-se
acusado. Se isso acontecer, não será a conversa proposta por Jesus no Evangelho, mas
exatamente o que jamais deveria estar acontecendo entre irmãos. O objetivo do papo
é a recuperação do transgressor e não sua humilhação e condenação.
Por último
chegamos ao terceiro passo da proposta do Senhor. Se nem com a admoestação de mais
dois irmãos, o que cometeu um delito não se arrepende e não se propõe a não mais cometer
tal falta, a Igreja, ou seja, a Comunidade dos cristão deverá anunciar que a postura
daquela pessoa não corresponde à Boa Nova pregada por ela, que aquele homem não pode
ser tomado como um dos seus, posto que sua atitude é exatamente contrária aos princípios
cristãos.
Por exemplo, poderá ser tido como membro da Igreja aquele homem
que propaga idéias racistas, discriminação, violência e o abuso econômico? A Igreja
terá o direito e o dever de tornar público seu absoluto desacordo com aquela pessoa.
Situando-nos no versículo 9 do cap. 33 de Ezequiel, 1ª leitura da liturgia de
hoje: “Todavia, se depois de receber tua advertência para mudar de proceder, nada
fizer, o faltoso perecerá devido a seu pecado, enquanto tu salvarás a vida”.
Ao
sermos responsáveis pela vida dos outros, em favor da justiça, agindo com misericóridia,
é que ganhamos a nossa! (CAS)