Belo Horizonte, 02 set (RV) - Os jovens na universidade, bem como em outras
instituições e realidades, configuram um tema de alta relevância para governos, instituições
outras, famílias e Igreja Católica. Essa importância se consolida ao se considerar
os números, em que pese o desafio de milhares e milhares de outros jovens que estão
fora deste lugar, direito seu, particularmente aqueles em situação de risco social
e humanitário.
O censo de educação superior do Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais (Inep) - Ministério da Educação (MEC), de 2009, contabilizou
um número de quase seis milhões de jovens que frequentam a graduação nas instituições
de ensino superior no Brasil. Neste número estão os 522.462 graduandos em Minas Gerais.
A educação católica cuida de 65.167 dos 246.722 estudantes nas várias instituições
de ensino superior católicas de norte a sul, leste a oeste do País. Um serviço educativo
e formativo capitaneado pela Associação Nacional de Educação Católica (ANEC), com
competência, seriedade e fidelidade a princípios éticos e de sustentabilidade. Um
passo novo e ainda recente, mas sólido e consistente como fruto de amadurecidos e
bem trabalhados projetos e ações nesta história da Igreja Católica.
Na verdade,
a história da educação católica configura a da educação nas civilizações, merecendo
particular relevo, por nos dizer respeito diretamente, na história da civilização
no mundo ocidental. A PUC Minas tem aí uma grande responsabilidade educativa. Esta
educação católica está presente, igualmente de maneira significativa, em número e
serviços formativos, pelo Brasil afora.
No horizonte desta responsabilidade
educativa integral põe-se o desafio da evangelização da juventude. Não se cumpre apenas
uma tarefa de formação técnica e profissional, ressaltada a sua importância e o comprometimento
com sua alta qualidade, para o bem destes mesmos jovens e visando o futuro da sociedade
brasileira. A identidade católica é uma marca incontestavelmente importante e indispensável,
em se tratando de valores e princípios, da fonte inesgotável do Evangelho de Jesus
Cristo, a serem aprendidos e vividos, oportunizando a edificação da cultura da paz
e o sonho de avançar nas conquistas próprias da civilização do amor.
A
identidade e missão católicas marcam um diferencial que agrega possibilidades de respostas
no entendimento e transformações urgentes na complexidade da realidade contemporânea,
particularmente no que se refere aos jovens e suas demandas formativas. Esta é também
uma missão nas instituições de ensino estatais e privadas, respeitadas as dinâmicas
e limites próprios, considerando-se a laicidade das instituições governamentais e
privadas. É direito e dever cuidar da fé cristã e católica na vida destes jovens que,
ao entrar nestas instituições, já estão marcados com o selo de opção religiosa e confessional
- um direito a ser respeitado e um patrimônio a ser cultivado por configurar, determinantemente,
a identidade pessoal, familiar e cidadã. Esta tarefa está emoldurada e iluminada pela
renovação, de maneira eficaz e realista, da opção preferencial pelos jovens na Igreja,
em estreita união com suas famílias. É essencial a tarefa de propor aos jovens o encontro
com Jesus Cristo e seu seguimento na Igreja, garantindo-lhes a realização plena da
dignidade de ser humano. Também a formação da personalidade e uma formação gradual,
à luz da fé e dos valores cidadãos, para ação social e política e mudança de estruturas.
O
Documento 85, Evangelização da Juventude, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(2007), é norteador na compreensão dessa missão que já está dando frutos e abrindo
perspectivas promissoras no trabalho com as juventudes do Brasil.
2013, ano
da Jornada Mundial da Juventude no Brasil - já em estado missionário de preparação,
será enriquecido com a Campanha da Fraternidade, tratando este tema nas dioceses e
paróquias do País. Como momento importante, que precede a Jornada Mundial no Brasil,
em Belo Horizonte, se realizará o II Congresso Mundial de Universidades e Universitários
Cristãos Católicos, como aconteceu, neste ano, em Ávila, Espanha, antes do admirável
evento da Jornada Mundial de Madri, consolidando a convicção de que a Universidade
Católica é fortíssimo instrumento evangelizador e na formação da cultura da paz. Basta
pensar a importância de formar profissionais e formadores de opinião, no presente
e para o futuro, marcados com os valores cristãos.
A Arquidiocese de Belo Horizonte,
por meio da PUC Minas, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e a Comissão Episcopal
Pastoral para a Cultura e Educação - setor Universidades assumem, com alegria missionária,
a realização deste evento para garantir avanços na tarefa de qualificar a formação
e a evangelização dos jovens na universidade.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo Arcebispo
Metropolitano de Belo Horizonte