2011-09-01 12:32:02

ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS APONTAM VIOLAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS NA SÍRIA


Nicósia, 1° set (RV) – O Ramadã, mês sagrado dos muçulmanos, terminou ontem, mas com pouca alegria para os sírios. Segundo o Observatório de Direitos Humanos do país, durante esse período, pelo menos 473 pessoas morreram devido à repressão do Exército contra manifestantes anti-governo.

Os dados da ONG, sediada na Grã-Bretanha, mostram que entre essas vítimas há 25 menores de 18 anos, 14 mulheres e 28 pessoas que morreram em detenção ou sob tortura, a maioria da província de Homs.

As violências se dão no contexto dos protestos pró-democracia e contrários ao regime do presidente Bashar al Assad, reprimidos duramente pelas Forças Armadas da Síria. Pelo menos 2.200 pessoas, em sua maioria civis, perderam suas vidas desde o começo da revolta, em março, segundo ativistas.

E mesmo assim, nesta quarta-feira, primeiro dia de festa pelo fim do Ramadã, milhares de manifestantes desafiaram o regime sírio em diferentes localidades do país. Há o registro da morte de sete civis.

No plano internacional, a União Européia anunciou que, até o próximo sábado, serão formalizadas as sanções contra a Síria no âmbito petrolífero. Já a Organização Não Governamental, Anistia Internacional, publicou um relatório que elenca mais de 1.800 vítimas e denuncia as graves condições de detenções dos opositores. A Rádio Vaticano conversou com o porta-voz da Anistia Internacional na Itália, Riccardo Noury.

Segundo ele, o que dizem os analistas é que a comunidade internacional teria intervindo na Líbia devido ao petróleo e ao fato de Kadafi ser uma fonte de instabilidade, enquanto a Síria não tem o recurso natural e Assad é um elemento de estabilidade.

Questionado sobre quais os países que têm interesse na Síria quanto a exportações de armas e depósitos financeiros, respondeu que, quando se olha para as decisões do Conselho de Segurança, há sempre vetos da Rússia e da China. Portanto, ele explicou, que até por uma herança de natureza e aliança políticas, é evidente que esses países têm relações diretas com a Síria.

Há também a questão dos milhares de refugiados que essas violências provocaram, a deles maioria abrigados pela Turquia e pelo Líbano. Dois países que, porém, não têm estrutura para receber muitas pessoas.

O relatório da Anistia aponta ainda outro fator: as mortes nas prisões. Riccardo afirma que, nos anos passados, morriam cinco presos a cada ano, enquanto que, de abril a agosto, já morreram 88 detentos políticos. “Evidentemente há um aumento preocupante na violação dos direitos humanos”, disse o porta-voz da Organização. (ED)








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