Havana, 1º set (RV) – As Damas de Branco, movimento dissidente que combate
pela libertação dos presos políticos em Cuba, pediram à Igreja Católica que intervenha
junto ao Governo pelo fim das ‘perseguições’ contra o grupo, que está programando
algumas passeatas em setembro.
O grupo já teria estado no Arcebispado de Havana
“para comunicar às autoridades católicas sua preocupação pelos atos de perseguição,
repúdio e repressão contra as Damas de Branco e outros ativistas de direitos humanos
em toda a ilha”.
Uma porta-voz das Damas, Berta Soler, afirmou que foram muito
bem recebidas por dois membros do Arcebispado, que lhe garantiram transmitir suas
preocupações ao Cardeal Jaime Ortega, para que este converse sobre a situação com
o Governo do Presidente Raúl Castro. Nos últimos dois meses, as Damas de Branco
denunciaram vários atos de repúdio e violência contra suas integrantes, inclusive
detenções, seja em Havana como em Santiago de Cuba. “Sabemos que se dependesse
da Igreja Católica e do Cardeal Jaime Ortega, estas coisas não aconteceriam” – assinalou
Soler.
O Cardeal Ortega foi o mentor do inédito processo de diálogo entre a
Igreja Católica cubana e o Governo de Raúl Castro que, apoiado pela Espanha, levou
à libertação de 126 presos políticos, entre julho de 2010 e abril de 2011.
As
libertações incluíram 52 opositores do “Grupo dos 75” condenados na onda repressiva
de 2003 que levou ao surgimento das Damas de Branco e suas caminhadas pacíficas na
ilha. (CM)