Paris, 30 ago (RV) – Pesquisadores e oceanógrafos suspeitam que as atividades
humanas em alto mar estejam prejudicando a saúde e o comportamento da vida marinha.
Tudo devido ao excesso que barulho que os meios de transportes marítimos humanos produzem,
ruídos que, aliás, multiplicaram-se nas últimas décadas.
Por esse motivo,
tem início hoje, em Paris, na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação,
a Ciência e a Cultura, a UNESCO, um encontro para discutir o projeto “Experimento
Internacional Oceano Silencioso”. Participam cientistas marinhos, representantes do
setor privado e estabelecimentos militares.
Para se ter idéia do prejuízo
causado pelo excesso de ruídos nos oceanos, basta saber que muitas espécies marinhas
dependem do som como fonte de informação ambiental na mesma proporção em que os seres
humanos dependem da visão.
Segundo a Rádio ONU, as pesquisas nesse campo –
que ainda são poucas -, mostram que o aumento dos níveis de ruído, e alguns sons em
particular, estão alterando o comportamento de animais marinhos e talvez até mesmo
reduzindo a sua capacidade de realizar funções vitais como por exemplo encontrar comida,
buscar companheiros ou evitar predadores.
Umas das formas de alteração foi
percebida a partir da constatação de que, por exemplo, várias espécies de baleias
aumentaram o volume dos sons através dos quais elas se comunicam umas com as outras.
O
“Experimento Internacional Oceano Silencioso” é organizado pelo Comitê Científico
de Pesquisa Oceânica e pela Parceria para Observação Global dos Oceanos.
O
encontro em Paris termina nesta quinta-feira.
Em seu “Cântico ao Irmão Sol”,
dizia São Francisco de Assis: “Louvado sejas, Senhor meu, pela irmã água, que é tão
útil e humilde, e preciosa e casta”. Se assim nos pede a grande imensidão das águas,
nossa irmã, então que respeitemos o seu silêncio. (ED)