Mario Vargas Llosa saúda vitalidade demonstrada pela Igreja Católica e diz que «sem
instituições marcadas pelos valores éticos, a democracia não poderá lutar eficazmente
contra os inimigos»
(30/8/2011) O prémio Nobel da Literatura Mario Vargas Llosa considera que a Jornada
Mundial da Juventude deste ano mostrou ao mundo uma Igreja Católica “forte” e cheia
de “vitalidade”, apesar das “tempestades” que a ameaçam. “Crentes e não crentes,
todos temos de nos alegrar com o que aconteceu em Madrid, onde durante alguns dias
a existência de Deus não esteve em causa e o catolicismo pareceu ser a única e verdadeira
religião”, escreve o escritor peruano na edição de hoje do jornal “L’Osservatore Romano”. Laureado
pela Academia Sueca das Ciências em 2010, por uma obra literária dedicada à luta pela
liberdade individual no seu país, Llosa entende que a unidade do cristianismo pode
ser vital dentro do contexto atual de Espanha e das restantes sociedades democráticas. “Se
não estiver apoiada em instituições profundamente marcadas pelos valores éticos, a
democracia não poderá lutar eficazmente contra os seus inimigos”, sublinha o autor,
que dá como exemplo o apelo que a Igreja Católica faz a uma “vida rica em espiritualidade”. Segundo
o ensaísta, ela pode servir de “antídoto permanente” perante as “forças anárquicas
e destrutivas que geralmente guiam o comportamento daqueles que se julgam acima de
qualquer responsabilidade”.