Bhubaneswar, 23 ago (RV) – Enquanto nos aproximamos do terceiro aniversário
dos massacres de Orissa (24 de agosto é o dia da comemoração), a comunidade cristã
local continua a enfrentar o assédio e a violência de todos os tipos, política, jurídica,
econômica e social. Em 24 de agosto, o dia escolhido para lembrar os massacres de
2008, os cristãos de Orissa rezarão e se reunirão em assembleia para homenagear as
vítimas e para levantar a voz contra as injustiças que ainda os atingem.
Como
referem as fontes da agência Fides na diocese de Cuttak-Bhubaneswar, o governo local
está violando patentemente a liberdade religiosa dos fiéis cristãos, proibindo-os
de reconstruir as igrejas demolidas durante as violências ou de edificar novas nas
“colônias” cristã, formadas após os massacres.
O governo local no distrito
de Kandhamal (o mais afetado pelos massacres) enviou uma carta ao pároco da Igreja
Católica de “Nossa Senhora da Medalha Milagrosa”, que se encontra em Mondasoro, ordenando-o
imediato congelamento da obra de reconstrução de uma capela no vilarejo de Padunbadi,
alegando que a terra é de propriedade do Estado. “A igreja no vilarejo – destaca à
Fides o pároco local, Padre Laxmikant Pradhan - existe há mais de duas gerações” e,
portanto, a ordem do governo, que impede a reconstrução da igreja, é uma clara injustiça
contra os fiéis cristãos, já provados pela fome, deslocamento e pobreza.
O
caso de Mondasoro não é o único: alguns dias atrás o governo deteve a construção de
outra igreja católica em Nadagiri, sempre no distrito de Kandhamal. Nandagiri é um
bairro onde eles foram realocados numerosas famílias cristãs que, deslocadas após
as violências de 2008, não puderam retornar às suas localidades de origem, ocupadas
pelos extremistas hindus.
Na colônia há 54 famílias católicas e 17 protestantes,
de denominação pentecostal, que continuaram a celebrar o culto em lugares improvisados
e que tinham começado a construir uma capela. O governo, revelam fontes locais da
Fides, ordenou o bloqueio aceitando as queixas dos radicais, mas violando o princípio
da liberdade religiosa garantido na Constituição da Índia. (SP)