2011-08-23 11:45:33

RELATÓRIO DENUNCIA FORTE TRÁFICO HUMANO NA ITÁLIA


Roma, 23 ago (RV) – Hoje, 23 de agosto, é o Dia Internacional da Memória do Comércio de Escravos e sua Abolição. E nas vésperas dessa data, a Organização Internacional Save the Children (sede italiana) lançou um relatório intitulado “Os Pequenos Escravos Invisíveis”. Trata-se de um documento que faz uma apuração sobre a situação do tráfico de seres humanos na Itália. A pesquisa foi realizada em conjunto com a associação On the Road – Consorzio Nova.

Evidenciou-se um cenário dramático: o tráfico e o abuso de menores para fins sexuais e de mendicância, os trabalhos forçados e as atividades ilegais estão consolidando-se cada vez mais. No que diz respeito ao tráfico de mulheres para fins de exploração sexual, os grupos étnicos mais afetados são as romenas e as nigerianas. Os dados mostram que, em geral, entre 19 e 24 mil adultos de ambos os sexos prostituem-se nas ruas – as crianças nessa mesma situação são entre mil e seiscentas e duas mil. Já a prostituição desses grupos em locais fechados é três vezes maior, sendo que 10% dos abusados são menores de idade.

O relatório ainda evidencia o modo pelo qual essas pessoas ficam “escravizadas” pelos seus abusadores: violência física, técnicas de submissão psicológica e ameaças.

Em relação aos grupos de menores do sexo masculino mais afetados por esse crime, o relatório aponta os egípcios e os afegãos que chegam à Itália desacompanhados de adultos. A maioria concentra-se em Roma e em Nápoles.

O tráfico humano para fins de mendicância têm como alvo principal os grupos de ciganos ROM, provenientes da ex Iugoslávia e da Romênia, mas também pessoas vindas de Bangladesh, do Marrocos e da África Subsaariana.

Esse dossiê foi realizado em base a uma pesquisa feita em 15 regiões italianas. Para a responsável do Programa Itália-Europa da Save the Children, Raffaela Milano, na base dessas situações estão a pobreza, a necessidade e a marginalização. Como ação para combater esse crime, ela afirma que é necessário “que todos os atores envolvidos operem em coordenação e sinergia”, potencializando o sistema nacional anti-tráfico, assegurando a proteção dos menores e dos adultos vítimas do fenômeno e enfrentando a criminalidade organizada ativa nesse campo. (ED)








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