MENSAGEM DO PAPA AO ENCONTRO DE RIMINI: CRISTO É A ESPERANÇA QUE NÃO DECEPCIONA
Cidade do Vaticano, 22 ago (RV) - Cristo ressuscitado é o fundamento último
e definitivo da existência, a certeza da nossa esperança, e os cristãos de hoje, mais
do que nunca, são chamados a testemunhá-Lo. Esse é o coração da mensagem, assinada
pelo Cardeal Secretário de Estado, Tarcisio Bertone, que o Papa enviou aos participantes
do 32º Encontro para Amizade entre os Povos, em andamento em Rimini – Centro-Norte
da Itália.
"E a existência torna-se uma imensa certeza": o tema escolhido pelo
encontro suscita interrogações profundas, das quais partem os pensamentos que o Papa
confia aos muitos que desde este domingo lotam o Auditorium principal da Feira,
com os votos de que – afirma o Papa – sejam pontos de reflexão para a semana inteira.
Em
primeiro lugar: o que é a existência? A resposta está na etimologia latina, "ex-sistere",
explica o Pontífice: ou seja, ser estruturalmente dependente, querido por alguém,
para o qual – quase inconscientemente – se tende.
E se se tem consciência dessa
dimensão fundamental do homem, se tem também a certeza com a qual enfrentar a existência:
disse Bento XVI recordando Pe. Luigi Giussani, fundador de "Comunhão e Libertação",
movimento promotor do encontro.
Mas não basta o reconhecimento da própria origem
para poder experimentar a positividade da existência, para incidir na história e amadurecer
na personalidade; é necessário entrar – prossegue o Santo Padre – no amor de quem
nos quis, na sua proximidade e na certeza da meta de bem à qual o homem é chamado.
Eis
o coração desse encontro. O homem não pode viver sem uma certeza sobre o próprio destino.
E, então, qual é a esperança que não decepciona? É Cristo ressuscitado.
N'Ele
o destino do homem foi tirado da nebulosidade que o circundava, n'Ele o Pai revelou
o futuro positivo que nos aguarda, n'Ele a existência torna-se uma história de salvação
em que toda circunstância está relacionada com a eternidade – afirma o Pontífice.
Sem
essa consciência, corre-se o risco de se cair no sensacionalismo das emoções ou do
desespero, numa árdua busca de novidades passageiras e ilusórias, recorda Bento XVI,
acrescentando que os dramas do século passado demonstraram que quando vacila a certeza
da fé e da esperança cristã, o homem esvai-se e torna-se vítima do poder, e começa
a pedir a vida a quem não pode dá-la.
Diante desse cenário, o apelo final dirige-se
a nós cristãos de hoje, mais do que nunca chamados a dar razão da esperança, a testemunhar
no mundo aquele Algo mais sem o qual tudo permanece incompreensível. (RL)