(21/8/2011) Antes do regresso a Roma, o Papa encontrou-se esta tarde com os voluntários
da jornada mundial da juventude, sublinhando o seu “generoso serviço”. Queridos
Voluntários! Concluídas as actividades desta inesquecível Jornada Mundial
da Juventude, quis deter-me aqui, antes de regressar a Roma, para vos agradecer vivamente
pelo vosso inestimável serviço. É um dever de justiça e uma necessidade do coração.
Um dever de justiça, porque, graças à vossa colaboração, os jovens peregrinos puderam
encontra um amável acolhimento e uma ajuda para todas as suas necessidades. Com o
vosso serviço, conferistes à Jornada Mundial a fisionomia da amabilidade, da simpatia
e da dedicação aos outros. Mas o meu agradecimento é também uma necessidade
do coração, porque estivestes atentos não só aos peregrinos mas também ao Papa. Em
todos os momentos em que participei, lá vos encontrei: uns visivelmente e outros em
segundo plano, possibilitando a ordem que se requeria para tudo correr pelo melhor.
E também não posso esquecer o esforço da preparação destes dias. Quantos sacrifícios,
quanta solicitude! Todos vós, cada um como sabia e podia, pouco a pouco fostes tecendo
com o vosso trabalho e oração a maravilhosa tela multicolor desta Jornada. Muito obrigado
pela vossa dedicação. Agradeço-vos este profundo sinal de amor. Muitos
de vós tiveram de renunciar à participação directa nos actos celebrativos, ocupados
como estáveis com outras tarefas da sua organização. Mas esta renúncia constituiu
uma forma bela e evangélica de participar na Jornada: a da entrega aos outros, de
que fala Jesus. De certo modo, tornastes realidade estas palavras do Senhor; «Se alguém
quiser ser o primeiro, há-de ser o último de todos e o servo de todos» (Mc 9, 35).
Tenho a certeza de que esta experiência como voluntário vos enriqueceu a todos na
vossa vida cristã, que é fundamentalmente um serviço de amor. O Senhor transformará
a vossa fadiga acumulada, as preocupações e a pressão de muitos momentos, em frutos
de virtudes cristãs: paciência, mansidão, alegria de se dar aos outros, disponibilidade
para cumprir a vontade de Deus. Amar é servir, e o serviço aumenta o amor. Penso que
este seja um dos frutos mais belos da vossa contribuição para a Jornada Mundial da
Juventude. Mas esta colheita não beneficia apenas a vós, mas à Igreja inteira que,
com mistério de comunhão, se enriquece com o contributo de cada um dos seus membros. Agora,
ao voltardes para a vossa vida de todos os dias, animo-vos a guardardes no vosso coração
esta experiência feliz e a crescerdes cada vez mais na entrega de vós mesmos a Deus
e aos homens. É possível que, em tantos de vós, se tenha levantado, débil ou poderosamente,
esta pergunta muito simples: O que Deus quer de mim? Qual é o desígnio de Deus para
a minha vida? Não poderia eu gastar a minha vida inteira na missão de anunciar ao
mundo a grandeza do seu amor através do sacerdócio, da vida consagrada ou do matrimónio?
Se vos veio esta inquietação, deixai-vos conduzir pelo Senhor e oferecei-vos como
voluntário ao serviço d’Aquele que «não veio para ser servido, mas para servir e dar
a sua vida em resgate por todos» (Mc 10, 45). E a vossa vida alcançará uma plenitude
que nem suspeitais. Talvez alguém esteja a pensar: O Papa veio para nos agradecer,
e deixa-nos com um pedido! Sim, é mesmo assim! Esta é a missão do Papa, Sucessor de
Pedro. Não esqueçais que Pedro, na sua primeira carta, recorda aos cristãos o preço
com que forma resgatados: o do sangue de Cristo (cf. 1 Ped 1, 18-19). Quem avalia
a sua vida a partir desta perspectiva sabe que ao amor de Cristo só se pode responder
com amor; e é isto mesmo que vos pede o Papa agora na despedida: que respondais com
amor a Quem por amor Se entregou por vós. De novo obrigado, e que Deus sempre vos
acompanhe!