Madri, 20 ago (RV) – Após o jantar na Nunciatura, Bento XVI esteve no Instituto
São José, Fundação administrada pela Ordem Hospitaleira de São João de Deus que assiste
pessoas com deficiências físicas e psíquicas. Discursando diante de 200 pacientes,
pessoal médico e administrativo e religiosos, o papa disse:
“A juventude, como
recordei outras vezes, é a idade em que a vida se revela à pessoa em toda a riqueza
e plenitude das suas potencialidades, incitando à busca de metas mais altas que dêem
sentido à mesma. Por isso, quando o sofrimento assoma ao horizonte duma vida jovem,
ficamos desconcertados e talvez nos interroguemos: Poderá a vida continuar a ser grande,
quando irrompe nela o sofrimento?”
“Uma sociedade que não consegue aceitar
os que sofrem e não é capaz de contribuir, mediante a compaixão, para fazer com que
o sofrimento seja compartilhado e assumido interiormente é uma sociedade cruel e desumana”
– apontou.
O pontífice ressaltou que a grandeza da humanidade se determina
essencialmente na relação com o sofrimento e com quem sofre, e que no rosto dessas
pessoas também nos é oferecida a face de Cristo sofredor.
A grandeza do trabalho
realizado pelos religiosos, familiares, profissionais da saúde e voluntários que convivem
e trabalham diariamente com estes jovens foi destaque no discurso.
“Sua vida
e dedicação proclamam a grandeza a que é chamado o homem: compadecer-se e acompanhar
quem sofre, como o fez o próprio Deus” – lembrou, acrescentando:
“Diante da
sociedade que muitas vezes põe em dúvida a dignidade da vida humana, o trabalho das
pessoas que cuidam destes jovens contribui para edificar a civilização do amor. Vocês
são protagonistas da civilização do amor”.
Após o discurso, o papa fez uma
oração e abençoou a todos, saudando individualmente 10 crianças. Antes de deixar o
Instituto, Bento XVI assinou o “Livro de Ouro” da Fundação. (CM)