ONU pede aos governos africanos que apostem na agricultura
(19/8/2011) A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação instou,
esta quinta-feira, a comunidade internacional a continuar a apoiar as missões no Corno
de África e os governos locais a apoiarem os agricultores para prevenirem futuras
crises alimentares. Várias organizações internacionais, entre as quais a FAO,
o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), a União Africana, e
os ministros da agricultura dos países do Corno de África, estiveram reunidos em Roma
para debater a crise humanitária vivida na região africana. A principal conclusão
que saiu do encontro foi a necessidade de combater a crise no imediato, mas, ao mesmo
tempo, criar condições para que as populações do Corno de África previnam crise futuras. "Devemos
ir mais longe e tomar medidas para evitar calamidades futuras. Se os governos e os
seus parceiros não investem na agricultura, a fome que grassa agora e tentamos combater
irá voltar outra vez para nos envergonhar", advertiu o director-geral da FAO, Jacques
Diouf. A mesma ideia foi reiterada pelo vice-presidente do FIDA, Yukiko Omura,
que sublinhou que "alimentar os famintos não significa acabar com a fome", a menos
que se ajude as pessoas a precaver o futuro. "Nós não podemos acabar com as secas,
mas podemos controlar a fome. Para que isso aconteça é necessário apoiar os agricultores
para que eles possam alimentar as famílias e a comunidade", sustentou. A crise
humanitária que afecta a zona do Corno de África, mais concretamente a Somália, atingiu
já mais de 12 milhões de pessoas, um total de 800 mil refugiados e 1,4 milhões de
deslocados internos, de acordo com dados da ONU.