Estas são Jornadas Mundiais da Juventude onde o pensar anda sempre por perto... Neste
encontro mundial, os jovens de todo o mundo não escondem a festa, a cor, a música.
E não resistem ao debate de ideias, à análise, à reflexão: porque estão com o Papa
da “profundidade” de pensamento. Jovens de todo o mundo esperam ideias de Bento
XVI para definir projetos de vida que permitam enfrentar o momento atual e para serem
ativos incontornáveis na construção de uma sociedade melhor. Premissas das XXVI
Jornadas Mundiais da Juventude que não foram apresentadas pela organização madrilena
ou pelo Vaticano, antes pelo rei Juan Carlos, de Espanha. Na cerimónia de acolhimento
a Bento XVI, no aeroporto de Barajas, Juan Carlos afirmava, talvez em nome dos jovens,
que Espanha acolhia o Papa do pensamento, da “profundidade” de pensamento. “Centenas
de milhares de rapazes e raparigas, vindos de terras espanholas e do mundo inteiro,
esperam-no com entusiasmo para celebrar a XXVI Jornada Mundial da Juventude e aproximarem-se
à profundidade do vosso pensamento”, afirmava o rei, em Barajas, nas primeiras palavras
que dirigia a Bento XVI. Certo da marca que já faz parte deste pontificado – a
análise racional e espiritual ao contexto presente e o contributo cristão para o viver,
ler e melhorar – o rei de Espanha definia, assim, estas Jornadas da Juventude como
as Jornadas do pensamento, do pensamento do Papa e das propostas que adianta para
ultrapassar casos em que a dignidade da pessoa humana é afetada por causa da fome,
da falta de emprego, de lógicas de desenvolvimento que não colocam no centro a pessoa
humana. Num contexto mundial ambíguo e sombrio, que vê expectativas geradas por
sistemas económicos defraudadas e, mesmo assim, tarda em colocar no centro da vida
humana a pessoa e não qualquer ciência que a serve, os jovens esperam pistas para
definir rumos para a vida e para construir uma sociedade melhor. Uma vez mais,
foi o rei de Espanha que se fez porta-voz da juventude presente em Madrid quando evocou
o “magistério de paz, caridade e justiça” de Bento XVI e a expectativa que os jovens
nele depositam para enfrentar “com êxito” os desafios atuais. “Quantos vieram a
Madrid aguardam o vosso reconhecido magistério de paz, caridade e justiça, para definir
um rumo para as suas vidas, enfrentar com êxito os desafios atuais e construir uma
sociedade melhor”, referia Juan Carlos. Também nestes encontros, com jovens de
todo o mundo onde a festa, a música e a cor dominam, Bento XVI afirma a especificidade
do seu pontificado. O rei de Espanha afirmou-O. Os jovens descobrem-no. Isto e muito
mais, porque vivem as JMJ. Paulo Rocha - Director da Agencia Ecclesia