JMJ: "RADICALIDADE NO AMOR VENCE MEDIOCRIDADE DO MUNDO"
Madri, 19 ago (RV) - O Papa esteve esta manhã no complexo “El Escorial”, situado
junto ao monte Abantos, na Serra de Guadarrama, a 45km da capital. Este monumental
complexo foi mandado construir pelo Rei Filipe II da Espanha para comemorar a vitória
na Batalha de San Quintín, em 10 de agosto de 1557, sobre as tropas de Henrique II,
rei de França.
A planta do edifício, com as suas torres, foi pensada em honra
de São Lourenço, martirizado em Roma no suplício da grelha e cuja festividade se celebra
em 10 de agosto. O El Real Sítio de San Lorenzo de El Escorial foram declarados pela
UNESCO, em 1948 Patrimônio da Humanidade.
O local foi escolhido para um encontro
entre o papa e 1.600 jovens religiosas da Espanha. No átrio da Basílica de São Lourenço,
o aguardavam as religiosas de várias congregações, incluindo contemplativas. Depois
de ouvir a saudação de uma delas, o papa lhes falou, dizendo-se muito alegre por esta
ocasião, num ambiente tão evocativo como o Mosteiro de São Lourenço do Escorial.
Bento
XVI começou afirmando que “cada carisma é uma palavra evangélica que o Espírito Santo
recorda à sua Igreja”. Deste modo, viver no seguimento de Cristo casto, pobre e obediente
é uma “exegese” viva da Palavra de Deus.
Ao recordar que o encontro pessoal
com Cristo, que alimenta sua consagração, deve se revelar em suas vidas, o papa ressaltou
que ele adquire uma especial relevância hoje, se constata uma espécie de “eclipse
de Deus”, uma certa amnésia, e até mesmo uma “verdadeira rejeição do cristianismo
e uma negação do tesouro da fé recebida”.
Portanto – concluiu o pontífice
– diante do relativismo e da mediocridade, surge a necessidade desta radicalidade
que testemunha a consagração como uma pertença a Deus.
“Esta radicalidade
evangélica da vida consagrada exprime-se na comunhão filial com a Igreja, comunhão
com os Pastores, com a sua Família Religiosa, conservando o seu genuíno patrimônio
espiritual e apreciando também os outros carismas; na comunhão com outros membros
da Igreja como os leigos, chamados a testemunharem a partir da sua específica vocação
o mesmo Evangelho do Senhor”.
“Finalmente – explicou – a radicalidade evangélica
exprime-se na missão que Deus vos quis confiar: desde a vida contemplativa que acolhe
a Palavra de Deus em silêncio e adora a sua beleza na solidão por Ele habitada, até
os diversos caminhos de vida apostólica, em cujos sulcos germina a semente evangélica
na educação das crianças e jovens, no cuidado dos doentes e idosos, no acompanhamento
das famílias, no compromisso a favor da vida, no testemunho da verdade, no anúncio
da paz e da caridade, no trabalho missionário e na nova evangelização, e em muitos
outros campos do apostolado eclesial”.
Encerrando, Bento XVI lembrou que a
Igreja precisa da sua fidelidade jovem, arraigada e edificada em Cristo, e agradeceu
o seu “sim” generoso, total e perpétuo ao chamado do Amado. (CM)