Madri, 18 ago (RV) - O papa foi recebido esta manhã no aeroporto internacional
de Barajas pelos reis da Espanha, o arcebispo de Madri, Cardeal Antonio Rouco Varela,
autoridades políticas e civis do governo central, estadual e municipal, vários bispos
e um grupo de fiéis.
Depois dos cumprimentos protocolares Bento XVI e o Rei
Juan Carlos se dirigiram a um palanque de onde ouviram os hinos nacionais. O rei espanhol
fez uma breve saudação e em seguida, foi a vez do papa proferir um discurso.
Como
o faz sempre, o papa começou demonstrando gratidão. Um gesto importante, no contexto
dos protestos de grupos laicistas contra a visita e as acusações contra a colaboração
oferecida pelo governo e pelas autoridades locais.
Agradecendo ao Rei e à
Rainha pela presença e as palavras de boas-vindas, o papa recordou as precedentes
viagens à Espanha, como a visita a Santiago de Compostela e a Barcelona em 2010.
Em
seguida, disse seu ‘obrigado’ a voluntários, famílias, paróquias, colégios e todas
as instituições que acolhem os jovens de todo o mundo que estão nesta grande Cidade
de Madri, cosmopolita e sempre com as portas abertas.
O papa apresentou sua
viagem:
“Venho aqui para me encontrar com milhares de jovens de todo o mundo,
católicos, interessados por Cristo ou à procura da verdade que dê sentido genuíno
à sua existência. Chego como Sucessor de Pedro para confirmar todos na fé, vivendo
alguns dias de intensa atividade pastoral para anunciar que Jesus Cristo é o Caminho,
a Verdade e a Vida. Para animar o compromisso de construir o Reino de Deus no mundo,
no meio de nós. Para exortar os jovens a encontrarem-se pessoalmente com Cristo Amigo
e assim, radicados na sua Pessoa, converterem-se em seus fiéis seguidores e valorosas
testemunhas”.
Esta multidão de jovens que veio a Madrid… porque e para que
vieram? – perguntou o pontífice.
“Embora a resposta deva ser dada por eles
próprios, pode-se entretanto pensar que desejam escutar a Palavra de Deus, como lhes
foi proposto no lema para esta Jornada Mundial da Juventude, de tal maneira que, arraigados
e edificados em Cristo, manifestem a firmeza da sua fé”.
Bento XVI ressaltou
que, no entanto, existem muitas dificuldades:
“Subsistem tensões e confrontos
em muitos lugares do mundo, inclusive com derramamento de sangue. A justiça e o sublime
valor da pessoa humana facilmente se curvam a interesses egoístas, materiais e ideológicos.
Não sempre se respeita, como é devido, o meio ambiente e a natureza, que Deus criou
com tanto amor. Além disso, muitos jovens olham com preocupação para o futuro diante
da dificuldade de encontrar um trabalho digno, ou por terem perdido o emprego, ou
por ser este muito precário”.
“Há outros – ressalvou – que precisam de prevenção
para não cair na rede das drogas, ou de uma ajuda eficaz, caso desgraçadamente já
tenham caído nela. Há muitos que, por causa da sua fé em Cristo, são vítimas de discriminação,
que gera o desprezo e a perseguição, aberta ou dissimulada, que sofrem em determinadas
regiões e países”.
Enfim, o papa quis tranqüilizar e estimular a juventude:
“Mas,
eu volto a dizer aos jovens, com todas as forças do meu coração: Que nada e ninguém
vos tire a paz; não vos envergonheis do Senhor. Ele fez questão de fazer-se igual
a nós e experimentar as nossas angústias para levá-las a Deus, e assim nos salvou”.
“A
Jornada Mundial da Juventude – concluiu – traz-nos uma mensagem de esperança, como
uma brisa de ar puro e juvenil, com aromas renovadores que nos enchem de confiança
face ao amanhã da Igreja e do mundo”.
No final, o papa confiou o evento a Santíssima
Virgem Maria e à intercessão dos Santos protetores desta Jornada, pedindo a Deus que
abençoe e proteja sempre os filhos da Espanha. (CM)