2011-08-18 21:17:07

Edificar a vida sobre a rocha: mensagem do Evangelho e do Papa na "festa de acolhimento", quinta à noite, na praça de Cibeles


(18/8/2011) Bento XVI encontrou-se hoje pela primeira vez com centenas de milhares de participantes na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2011, em Madrid, lembrando a “aqueles que não creem ou se afastaram da Igreja”.
A cerimónia de boas-vindas teve espaço para uma saudação em português, na qual o Papa sublinhou que “não se pode crer sem ser amparado pela fé dos outros, e pela minha fé contribuo também para amparar os outros na fé”.
Sete horas depois de ter aterrado na capital espanhola, o Papa chegou à Porta de Alcalá vindo da Nunciatura, tendo recebido as chaves de ouro da cidade de Madrid das mãos do presidente do Município local, Alberto Ruiz-Gallardón.
Simbolicamente, Bento XVI entrou na capital espanhola através desta histórica porta do século XVIII, na Praça da Independência, acompanhando por 50 jovens, dez por cada continente.
Como previsto, o Papa recebeu uma oliveira que vai ser plantada no local para criar um sinal visível do “enraizamento” que é o lema destas jornadas.
Cavalos de raça espanhola, da Real Escuela de Caballería, ofereceram um colorido diferente ao espetáculo, que contou ainda com uma patrulha acrobáticas nos ares de Madrid, pintando o céu com as cores do Vaticano.
Bento XVI regressou ao papamóvel para seguir até à Praça de Cibeles, onde foi saudado pelo arcebispo local, cardeal Rouco Varela.
Este responsável manifestou “emocionada gratidão” ao Papa e disse que os jovens da JMJ “conhecem o sentido mais íntimo das suas vidas”.

-Na “festa de acolhimento” ao Papa, na praça de Cibeles, Bento XVI exprimiu toda a sua alegria por se encontrar com os jovens da JMJ 2011:

“É uma imensa alegria encontrar-me aqui convosco, no centro desta bonita cidade de Madrid… hoje também capital dos jovens do mundo e onde a Igreja concentra o seu olhar. Foi o Senhor que nos congregou para vivermos estes dias a bela experiência da Jornada Mundial da Juventude”.

O Papa sublinhou que a presença e participação dos jovens nas diferentes celebrações fará ressoar o nome de Cristo por todos os cantos da Cidade. “Rezemos para que a sua mensagem de esperança e de amor possa ecoar também no coração dos que não crêem ou se afastaram da Igreja” – acrescentou Bento XVI.

Para além destas palavras mais desenvolvidas, em espanhol, o Papa saudou os jovens da JMJ 2011em várias outras línguas, incluindo o português: RealAudioMP3

“Queridos jovens dos diversos países de língua oficial portuguesa e quantos vos acompanham, bem-vindos a Madrid! A todos saúdo com grande amizade e convido a subir até à fonte eterna da vossa juventude e conhecer o protagonista absoluto desta Jornada Mundial e – espero – da vossa vida: Cristo Senhor. Nestes dias ouvireis pessoalmente ressoar a sua Palavra. Deixai que esta Palavra penetre e crie raízes nos vossos corações, e sobre ela edificai a vossa vida. Firmes na fé, sereis um elo na grande cadeia dos fiéis. Não se pode crer sem ser amparado pela fé dos outros, e pela minha fé contribuo também para amparar os outros na fé. A Igreja precisa de vós, e vós precisais da Igreja.”

“Quem escuta as minhas palavras e as põe em prática será semelhante a um homem prudente que fez a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos: lançaram-se contra aquela casa, que não abateu, por estar fundada sobre a rocha”: palavras do Evangelho segundo São Mateus proclamadas neste primeiro encontro com os jovens congregados em Madrid. Comentando-as, na homilia, Bento XVI exortá-los a acolherem profundamente o ensinamento de Jesus, deixando-se “enraizar” e “edificar”, de modo “firme”, em Cristo, como sugere o lema destas JMJ.

“Edificando-a sobre a rocha firme, a vossa vida será não só segura e estável, mas contribuirá também para projetar a luz de Cristo sobre os vossos coetâneos e sobre toda a humanidade, mostrando uma alternativa válida a tantos que viram a sua vida desmoronar-se, porque os alicerces da sua existência eram inconsistentes”.

Muitos são os ventos e torrentes que podem ameaçar a segurança da nossa existência e que constituem outras tantas tentações: contentar-se com as correntes da moda; cobiçar o lucro imediato, esquecendo a verdadeira justiça; refugiar-se no parecer próprio, sem procurar a verdade; caminhar sem um objetivo na vida...

“Estas tentações estão sempre à espreita. É importante não sucumbir a elas, porque na realidade conduzem a algo tão fútil como uma existência sem horizontes, uma liberdade sem Deus. Pelo contrário, sabemos bem que fomos criados livres, à imagem de Deus, precisamente para sermos protagonistas da busca da verdade e do bem, responsáveis pelas nossas acções e não meros executores cegos, colaboradores criativos com a tarefa de cultivar e embelezar a obra da criação.”

Não será esta a razão da nossa alegria? – interrogou-se o Papa. “Não é este o solo firme para edificar a civilização do amor e da vida, capaz de humanizar todo o homem?”

“Queridos amigos, sede prudentes e sábios, edificai as vossas vidas sobre o alicerce firme que é Cristo. Esta sabedoria e prudência guiará os vossos passos, nada vos fará tremer e, em vosso coração, reinará a paz. Então sereis bem-aventurados, ditosos, e a vossa alegria contagiará os outros.”
(Discurso integral do Papa em Viagens Apostolicas)








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