Cristianismo é mais do que «ideologia», diz D. José Policarpo que apresentou catequese
e respondeu a perguntas dos jovens portugueses presentes na JMJ 2011
(18/8/2011) O cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, apelou aos jovens portugueses
presentes em Madrid a conceberem o Cristianismo como uma “experiência de amor” e não
uma mera ética ou ideologia. No encontro promovido por ocasião da Jornada Mundial
da Juventude (JMJ), a decorrer na capital espanhola desde terça-feira, o presidente
da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) afirmou que a marca de qualquer opção, dentro
da Igreja Católica, é “ser capaz de amar”. Sob o tema “Edificados sobre o Alicerce
dos Apóstolos”, cerca de 10 mil peregrinos nacionais trocaram experiências e vivências
de JMJ com os 17 bispos que seguiram viagem até à capital espanhola, liderados pelo
cardeal lisboeta. D. José Policarpo defendeu que “é preciso resolver no coração
o desafio de Deus”, referindo que “os ateus não conseguem fazer este encontro com
Jesus”. “Não há amor sem liberdade”, disse, sublinhando que “só Cristo manifesta
plenamente o homem ao próprio homem”. Para o presidente da CEP, os jovens não devem
pensar primeiro em “compreender tudo, em ter resposta para todas as perguntas, em
como é que hão de divulgar a sua doutrina”. “Pensem primeiro que uma relação maravilhosa
de amor é possível com ele. É mesmo possível, amor a sério, amor mobilizador”, apontou,
para “aprender, nesse amor, a amar os outros de uma maneira nova”. Um padre da
diocese de Coimbra e uma jovem família da diocese de Aveiro deram o seu testemunho
e abriram um espaço de reflexão sobre o caminho de vida a que cada um pode ser chamado
dentro da Igreja. D. José Policarpo quis, ele próprio, destacar a importância de
se ver no casamento uma vocação e lembrou o seu próprio caminho de discernimento,
em particular um episódio dentro de uma igreja com direito a desafio paraa Jesus:
“Mostra o que vales”. “Tu não vais renunciar ao amor, vais aprender a amar de uma
maneira nova”, foi a resposta que disse ter encontrado. O encontro foi pontuado
por alguns momentos de riso, como quando o padre Paulo, capelão hospitalar em Coimbra,
lembrou a sua antiga namorada que vai casar em setembro, numa celebração a que o próprio
vai presidir, ou quando o cardeal-patriarca referiu que no seu tempo “não havia jovens,
só havia cachopos e adultos”. Na missa que concluiu a iniciativa promovida pelo
Departamento Nacional da Pastoral Juvenil no Madrid Arena, D. José Policarpo falou
sobre a importância do “nome”, em particular do nome de Jesus, tratado como “Senhor”. “A
Igreja sempre denunciou usos falaciosos, desprestigiantes do nome de Deus”, declarou. (
Com Ecclesia)