JMJ: Madrid lembrou cristãos perseguidos nos países em que são minoria
(17/8/2011) Dezenas de milhares de jovens deram início esta terça feira à 26ª edição
da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Madrid, debaixo de intenso calor, numa missa
em que foram recordados os cristãos perseguidos nos países em que são minoria. Na
celebração, presidida pelo cardeal Rouco Varela, arcebispo local, na emblemática Praça
de Cibeles e dedicada à memória do beato João Paulo II (1920-2005), criador do maior
evento juvenil da Igreja Católica, os participantes ouviram rezar em árabe e hebraico,
francês, alemão e japonês, recordando as vítimas de abusos, da guerra e dos abortos. D.
Antonio Rouco Varela, deu as boas-vindas aos participantes oriundos de outros países
(são esperados um milhão de jovens de 139 países), pedindo-lhes que se sintam “em
casa” durante a JMJ, que decorre até domingo, tendo como resposta uma salva de palmas
dos presentes, gesto que se viria a repetir várias vezes durante a celebração. Este
responsável lembrou João Paulo II e o que considerou o “novo período histórico da
relação” do Papa com a juventude, uma relação “direta, imediata, de coração a coração”. O
cardeal espanhol disse, no entanto, que os jovens presentes em Madrid são a “geração
Bento XVI”, com outros “problemas e circunstâncias” de vida, como a “globalização,
as novas tecnologias da comunicação, a crise económica”. “A juventude do século
XXI precisa, tanto ou mais do que as gerações precedentes, de encontrar o Senhor pela
única via que se demonstrou espiritualmente eficaz: a do peregrino humilde e simples
que procura o seu rosto”, apontou. A missa foi concelebrada por 400 cardeais, arcebispos
e bispos de todo o mundo, para além de cerca de 8 mil padres. O arcebispo de Madrid,
anfitrião da JMJ pela segunda vez (a primeira fora em Santiago de Compostela, 1989),
afirmou que “a personalidade histórica da Espanha” se forjou “com rasgos inconfundíveis
em volta da visão cristã do homem e da vida, desde os próprios alvores da sua história”. O
responsável do Vaticano pelo acompanhamento das JMJ, cardeal Stanisław Ryłko, deixou
uma saudação aos participantes, que convidou a reconhecer a “fé” como um “fator decisivo
na vida de cada homem”. “Se Deus existe ou não, tudo muda. A fé é a raiz que nos
alimenta coma seiva vital da Palavra de Deus e dos sacramentos, é o fundamento, a
rocha sobre a qual se pode construir a vida, a bússola segura que guia as nossas decisões
e dá à nossa vida a orientação decisiva”, afirmou o presidente do Conselho Pontifício
para os Leigos. O cardeal também foi saudado com palmas quando afirmou que estes
dias da JMJ vão "dizer em voz alta a esta Europa, que está a dar sinais de profunda
desorientação, que sim, a fé é possível". No final da missa, cinco jovens - um
de cada continente - receberam uma medalha da Virgen de la Almudena, padroeira de
Madrid. Um canto em polaco, dedicado a João Paulo II, e o refrão «Jesus Christ,
you are my life», espécie de hino oficioso das JMJ, encerraram a celebração e deixaram
a multidão em festa.