Cidade da Guatemala, 16 ago (RV) - A Igreja Católica da Guatemala condenou
o pedido feito pela ex-primeira-dama Sandra Torres, impossibilitada pela Justiça de
concorrer à Presidência, para que seus seguidores votem nulo nas eleições que serão
realizadas em setembro.
O arcebispo metropolitano, Dom Oscar Vian Morales,
declarou-se contra a postura de Torres, pois, segundo ele, ela incentiva seus correligionários
a ter uma atitude “negativa”.
“Não podemos dizer publicamente para não votarem.
O voto nulo não é correto, é antipatriótico, anticidadão; o voto deve ser secreto
e deve ser defendido" - disse o sacerdote durante a missa dominical na catedral da
capital, Cidade da Guatemala.
Ele pediu que a sociedade guatemalteca reflita
sobre sua escolha eleitoral, informe-se e eleja os cargos públicos de forma consciente,
afirmando que esta é a chave para fortalecer a democracia. O prelado pediu que
os presentes não se deixem enganar por jingles e brindes, como no passado, mas que
analisem as propostas e os planos de governo dos candidatos.
A Corte de Constitucionalidade
da Guatemala confirmou na última terça-feira o impedimento da candidatura da ex-primeira-dama.
O tribunal decidiu que, "de acordo com o artigo 186 da Constituição da República",
fica proibido que qualquer familiar do presidente se candidate ao cargo de chefe de
Estado.
O divórcio entre Torres e o atual presidente da Guatemala, Álvaro
Colom, em abril deste ano, abriu espaço para especulações de que teria sido apenas
motivado por razões políticas, já que a separação possibilitava que ela fosse candidata
à sucessão do marido.
Por meio do divórcio, ela superaria o impedimento constitucional
que proíbe que parentes do presidente em até quatro graus de distância se candidatem.
As eleições, que serão realizadas no próximo mês, decidirão os próximos presidente,
vice-presidente, 158 deputados, 333 prefeitos e 20 deputados do Parlamento Centro-americano.
(ANSA)