2011-08-15 18:14:08

15 de Agosto, solenidade da Assunção de Maria: Papa compara Nossa Senhora a uma Arca da Aliança vivente e convida a ver nela o caminho do nosso futuro. A alocução do Angelus, com saudação em português


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Nesta segunda-feira, festa da Assunção de Nossa Senhora ao Céu, Bento XVI presidiu à missa na Paróquia Pontifícia São Tomás de Villanova, em Castel Gandolfo, onde se encontra para o período estivo de repouso. A homilia foi, como não podia deixar de ser centrada sobre a figura de Nossa Senhora, nesta sua festa, uma das mais antigas e amadas solenidades a Ela dedicada – disse o Papa – explicando que se trata da sua assunção à glória dos Céus em corpo e alma, isto em toda a sua integridade. Esta festa constitui uma oportunidade para renovarmos o nosso amor em relação à Virgem Maria, a admirá-la e a louvá-la pelas grandes coisas que o Omnipotente fez para Ela e Nela. O Papa prosseguiu indicando outras graças que nos são dadas ao contemplar Nossa Senhora: uma ocasião para olharmos em profundidade à nossa vida, a fim de que, nos nossos problemas e esperanças quotidianos possamos receber dela a luz e ver nela um modelo de percurso para a nossa caminhada.

Partindo da leitura do livro do Apocalipse evocado nesta missa, Bento XVI comparou Nossa Senhora à Arca da Aliança. No Antigo Testamento – disse - essa Arca era o símbolo da presença de Deus no meio do seu povo. Com o Novo Testamento passa a ser uma realidade, uma pessoa viva, concreta: a Virgem Maria, mãe de Deus feito homem, Jesus nosso Senhor e Salvador. Assim como a Arca continha a tábua das leis de Moisés, também Maria, arca viva, soube colher Jesus no seu ventre, soube conformar-se à vontade de Deus. “Hoje a Igreja canta o amor imenso de Deus para com Nossa Senhora que Ele escolheu como verdadeira Arca da Aliança, como aquela que continua a dar Cristo Salvador à humanidade, como aquela que no Céu partilha a plenitude da gloria e goza da mesma felicidade de Deus e nos convida a nós também a tornarmo-nos, de certo modo, “arca”, na qual está presente a Palavra de Deus a fim de podermos ver no outro a presença de Deus e viver em comunhão com Deus e conhecer a realidade do Céu”.

O Papa deteve-se depois sobre o Evangelho, em que São Lucas nos diz que essa Arca vivente, Maria, se dirige apressada à casa de Zacarias e Elisabete, na cidade de Judá, onde era esperada para ajudar em casa. Bento XVI chamou a atenção para a importância que assume neste contexto a palavra “apressada”, dizendo que as coisas de Deus são as únicas que devem entrar com urgência na nossa vida. Recorda ainda que Maria entra nessa casa com Jesus no ventre e que esse “esperar” para ajudar em casa transforma-se numa outra espera, a do Messias Salvador. E é o Espírito Santo a fazer compreender a Elisabete que Maria é a verdadeira Arca da Aliança, a Mãe de Deus que a veio visitar e acolhe-a, então, dizendo em voz alta: “Bendita sejas tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” Elisabete que também estava grávida, de João Baptista, ao ouvir a saudação de Maria, sentiu o filho saltar-lhe de alegria no ventre.

Maria, voltou a sublinhar o Papa na sua homilia, é a arca da Aliança perante a qual o coração exulta de alegria, a Mãe de Deus, presente no mundo, não guarda para sai essa divina presença; oferece-a, partilhando com os outros a graça de Deus. Maria é realmente a “causa da nossa alegria”, a “arca” na qual o Salvador está realmente presente no meio de nós. Falar de Maria é de certo modo falar de nós, de cada um de nós: nós também somos destinatários daquele imenso amor que Deus – destinou - de maneira absolutamente única e irrepetível, claro – a Maria.

Nesta solenidade da Assunção olhemos para Maria, exortou o Papa, pois que – disse – Ela abre-nos para a esperança, para um futuro cheio de alegria e nos indica a via para chegar a esse futuro, isto é acolher na fé, o seu Filho, Jesus, deixando-nos guiar pela sua palavra, segui-Lo todos os dias, mesmo nos momentos em que as nossas cruzes se tornam pesadas.

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Ao meio dia, antes da oração mariana do Ângelus, Bento XVI dirigiu a palavra aos numerosos fiéis vindo de várias partes do mundo e que se congregaram no pátio de residência papal de Castel Gandolfo para o ouvir. O Papa começou por sublinhar que tanto os cristãos do Oriente como os do Ocidente celebram neste coração de Agosto a festa da Assunção de Maria Santíssima ao Céu. E recordou que na Igreja Católica o dogma da Assunção foi proclamado durante o Ano Santo de 1950 pelo Papa Pio XII, mas que essa memória remonta aos primeiros séculos do cristianismo.
No Oriente essa solenidade é ainda hoje designada “Dormição da Virgem” - frisou Bento XVI - chamando a atenção para um antigo mosaico da Basílica de Santa Maior Maior, em Roma, que recorda esse evento e em que é Jesus a ter Maria nos braços como uma criança, pois que se torna como que “pequena” perante o Reino e é levada para o Céu.
Bento XVI retoma depois o Evangelho de São Lucas, a que se referira na homilia da missa da manhã, dizendo que da Galileia donde se dirigiu à pressa para uma cidade próxima de Jerusalém, vemos hoje Maria entrar na Jerusalém celeste, “vestida de sol, com a lua debaixo dos pés, e com uma coroa de 12 estrelas à cabeça”.
No que toca ao livro do Apocalipse, o Papa pôs em realce a luta entre a mulher e o dragão, símbolo da luta entre o bem e o mal. Uma página bíblica que reconduz ao livro do Génesis, ao drama do pecado de Adão e Eva, em que os nossos progenitores foram derrotados pelo inimigo. Mas, Jesus novo Adão, e Maria nova Eva vencem definitivamente o inimigo – sublinhou Bento XVI, recordando que Maria foi a primeira a tomar nos braços o Filho de Deus, e é hoje a primeira a estar ao lado Dele na Glória dos Céus. Um grande mistério!...

“É um mistério grande o que hoje celebramos, um mistério de esperança e de alegria para todos nós: em Maria vemos a meta em direcção ao qual caminham todos aqueles que sabem ligara a própria vida à de Jesus, que o sabem seguir como fez Maria.”

Esta festa prosseguiu Bento XVI fala do nosso futuro, diz-nos que nós também estaremos ao lado de Jesus na alegria de Deus e convida-nos a ter coragem, a acreditar que a potência da Ressurreição de Cristo pode dar-se em nós e tornar-nos homens e mulheres que a cada dia procuram viver como ressuscitados, difundindo na obscuridade do mal que afecta o mundo, a luz e o bem.

Depois da oração das Ave Marias, o Papa saudou em francês, inglês, alemão, italiano, espanhol e polaco, os peregrinos presentes. Não faltou, naturalmente, uma saudação em língua portuguesa…

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Queridos peregrinos de língua portuguesa: sede bem-vindos! A Imaculada Virgem Maria ao ser elevada à gloria do Céu torna-se aurora e imagem da Igreja celeste e sinal de consolação e esperança para a Igreja peregrina na terra. Que pela Sua maternal intercessão desçam sobre vós e sobre vossas famílias as bênçãos de Deus.








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