EL SALVADOR: BISPOS PREOCUPADOS COM A CRISE ECONÔMICA
San Salvador, 12 ago (RV) - Os bispos de El Salvador expressaram preocupação
pelo efeito que a crise da dívida dos Estados Unidos pode ter sobre a economia do
país centro-americano. “Preocupa-nos muito esta situação, que não é nova e já se soma
a uma crise econômico-financeira global”, disse o Arcebispo de San Salvador, Dom José
Luis Escobar Alas. O prelado lembrou que a agência Standard & Poor (S & P) decidiu
na sexta-feira passada de rebaixar o “rating” dos Estados Unidos. Pela primeira vez
na história, Washington perde o tríplice A, o símbolo de garantia absoluta, e desce
ao nível de AA mais. El Salvador - disse o arcebispo - é parceiro comercial dos EUA.
Esta crise - afirmou - pode tornar-se “uma ocasião para tentar superar as muitas dificuldades
que a economia de El Salvador está passando”.
A economia de El Salvador – recorda
o jornal L'Osservatore Romano - está ligada ao dólar desde 2001 e depende das contribuições
dos Estados Unidos. Contribuições que, no primeiro semestre deste ano atingiu 1,8
bilhões de dólares, 4,3% a mais em relação ao mesmo período de 2010. De acordo com
o arcebispo de San Salvador, a situação atual deve levar a uma “profunda reflexão”
sobre o sistema econômico-financeiro do país para procurar ulteriores, eficazes medidas
em particular na área de desenvolvimento.
Dom José Luis Escobar Alas entre
as problemáticas mais preocupantes indica o “permanente fenômeno do desemprego e das
formas antigas e novas de pobreza”, a poluição ambiental, trama perversa entre interesses
econômicos e decisões políticas e também a indução artificial de necessidades e modos
de vida que corrompem o comum patrimônio cultural e ético.
É necessário, então
- observou o arcebispo - que os fenômenos negativos sejam objetos de uma pontual e
vibrante denúncia para chamar a atenção e agitar a consciência coletiva e daqueles
que têm responsabilidades específicas. O arcebispo pediu que todos tomem “consciência
da importância de progredir de modo autônomo, independente”, para não “ficar inativos
e prostrados” se o país tivesse que ficar sem ajudas externas das quais necessita.
(SP)