2011-08-10 10:55:32

Reposicionar economia ao serviço do desenvolvimento e bem-estar de pessoas e povos: Manuela Silva, do grupo "Economia e Sociedade", da Comissão Nacional Justiça e Paz, de Portugal


(9/8/11) A economista Manuela Silva, uma das promotoras da denúncia apresentada na justiça portuguesa contra as três maiores agências de «rating», considera que a comunidade internacional deve travar um “modelo de economia de casino”. Num comentário publicado nesta segunda-feira, no blogue «Areia dos dias», do grupo «Economia e Sociedade» da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), Manuela Silva escreve que “tardam decisões políticas” que travem este processo e critica o “poder crescente (e nada democrático, diga-se) dos mercados financeiros”.
Ao longo do dia, as bolsas europeias e mundiais negociaram em termos negativos, apesar do anúncio de uma ação mais ativa do Banco Central Europeu (BCE). “Acho bem que os responsáveis se preocupem seriamente com o que está a suceder no sistema financeiro globalizado, e manifestamente desgovernado”, assinala Manuela Silva.

A responsável do grupo «Economia e Sociedade» da CNJP, organismo laical da Conferência Episcopal Portuguesa, escreve que “de pouco valerão as soluções de tipo paliativo e os corretivos de curto prazo, se não se encarar a necessidade de uma reforma profunda de todo o sistema financeiro (e monetário) que o reposicione na rota de onde nunca deveria ter sido – o de agir como veículo ao serviço de uma economia real dirigida ao desenvolvimento e ao bem-estar das pessoas e dos povos”.

Manuel Silva cita a encíclica ‘Caritas in veritate’ (“A caridade na verdade”) de Bento XVI, publicada em 2009, na qual o atual Papa escrevia que “é preciso que as finanças enquanto tais — com estruturas e modalidades de funcionamento necessariamente renovadas depois da sua má utilização que prejudicou a economia real — voltem a ser um instrumento que tenha em vista a melhor produção de riqueza e o desenvolvimento”.

Idênticas reflexões, com igual referência à Encíclica social de Bento XVI, foram expressas pelo economista italiano Ettore Gotti Tedeschi, presidente do Instituto das Obras de Religião (instituição bancária do Vaticano), em artigo publicado na edição quotidiana do "Osservatore Romanoa" (9 de Agosto), assim como numa entrevista à Rádio Vaticano








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