COLÔMBIA: LÍDERES RELIGIOSOS REAFIRMAM O NÃO AO ABORTO
Cidade do Vaticano, 10 ago (RV) - Um apelo em defesa da vida e contra a introdução
de normas mais permissivas em matéria de aborto foi assinado pelos líderes das comunidades
cristãs na Colômbia. É o que refere o jornal L'Osservatore Romano citando uma declaração,
assinada entre outros pelo Secretário-Geral da Conferência Episcopal da Colômbia e
bispo auxiliar de Bucaramanga, Dom Juan Vicente Córdoba Villota e que afirma “o propósito
comum de promover a justiça e a paz na sociedade, sem discriminação e de promover
eficazmente os verdadeiros direitos de todos os colombianos, especialmente das pessoas
mais vulneráveis”.
Paralelamente ao documento, assinado por representantes
das comunidades católica, ortodoxa, anglicana, metodista e evangélica foram recolhidas
cinco milhões de assinaturas, a fim de propor uma emenda à Constituição colombiana
que explicite a proibição de “todas as possibilidades de aborto e de eutanásia”.
Uma
iniciativa que se define “multipartidária e multirreligiosa”, e que visa “o respeito
pela vida”, e que “não se coloca, como alguns dizem, em uma posição contrária às mulheres”.
A vida, - lê-se no apelo -, “é certamente um dom de Deus, mas é também um valor que
está no coração de cada homem e de cada mulher, crente ou não crente. Este valor foi
estabelecido pelo artigo 11 da nossa Constituição, tornando-se o primeiro dos direitos
fundamentais a ser tutelado”.
As comunidades religiosas “trabalham permanentemente
em favor das mulheres colombianas, pela sua dignidade e seus direitos”, e o aborto
“não é um direito ou uma conquista social, mas é o fracasso definitivo das políticas
públicas em favor das mulheres e da família”. “Nós pedimos para as mulheres, - lê-se
ainda - o apoio social para combater a pobreza e a falta de oportunidades de integração
social: situações que levam ao aborto”.
Na Colômbia, mais de 30 milhões de
pessoas vivem na pobreza e todos os anos se registram mais de 400 mil abortos, principalmente
entre as adolescentes. O apelo dos líderes cristãos se conclui com um convite “a todas
aquelas mulheres que, por várias razões, estão considerando a interrupção voluntária
da gravidez”, para que busquem apoio “nas nossas comunidades, onde podem encontrar
ajuda espiritual, afeto e apoio”.
A Conferência Episcopal da Colômbia convidou
ainda o Ministério da Proteção Social a promover campanhas “para ajudar as mulheres
a enfrentarem a gravidez de modo mais positivo, sem sacrificar a nova vida que se
gera em seu ventre”. “A tutela da vida”, acrescentam os bispos, “é o teste de qualquer
democracia, é a sua prova de fogo. Uma pessoa democrática deve ser o maior e mais
entusiasta defensor daqueles que não podem se defender, dos mais fracos, seja que
se trate da mulher vítima de abusos, seja de crianças ainda não nascidas, mas não
de um contra o outro”. (SP)