Mogadíscio, 10 ago (RV) - O governo de transição da Somália ofereceu anistia
os milicianos islâmicos de Shabaab, que nos últimos dias, decidiram abandonar os bairros
da região nordeste de Mogadíscio. Entretanto, enquanto a população do Chifre da África
está no fim de suas forças por causa da fome, na segunda-feira desembarcou na capital
da Somália o primeiro vôo organizado pelo ACNUR, o Alto Comissariado das Nações Unidas
para os Refugiados. Sobre os últimos desenvolvimentos, a Rádio Vaticano ouviu o Bispo
de Djibuti, Dom Giorgio Bertin, que também é Administrador Apostólico de Mogadíscio:
R
- É o primeiro avião do ACNUR, mas não devemos esquecer que o Programa Mundial de
Alimentação já na semana passa tinha enviado aviões. Este é um aspecto positivo, especialmente
para a área de Mogadíscio, onde tem havido um grande afluxo de pessoas deslocadas
pela penúria e fome.
P - O governo de transição ofereceu anistia aos Shabaab,
que deixaram alguns bairros de Mogadíscio. O que significa isso, especialmente para
a crise humanitária?
R - Isso significa, sobretudo, que se procura recuperar
aquelas pessoas que acabaram nas fileiras dos Shabaab, provavelmente não muito convencidas,
e que não tinham o que comer. E então, por si só esse gesto por parte do governo de
transição é um gesto conciliador, que provavelmente poderá atingir um número grande
pessoas entre os Shabaab.
P – Ontem deveria ter se realizado a reunião de cúpula
da União Africana, em Adis Abeba, ao invés foi adiada. Isso claramente preocupa ...
R
- Sim, certamente, isso preocupa, porque esses constantes adiamentos não são positivos,
especialmente no que diz respeito ao sul da Somália. Deve ser reforçada a pouca estrutura
que se conseguiu criar com o governo de transição, mesmo sabendo que é uma estrutura
extremamente frágil e dividida no seu interior. (SP)