2011-08-09 17:33:26

SUAZILÂNDIA À BEIRA DA FALÊNCIA: BISPOS CRITICAM O REI


Cidade do Cabo, 09 ago (RV) – O porta-voz da Conferência Episcopal sul-africana, Cardeal Wilfrid Napier, declarou que os bispos da África do Sul ficaram muito desiludidos com a atitude do governo de emprestar dinheiro à Suazilândia sem impor quaisquer condições. A afirmação pode parecer estranha vinda de representantes da Igreja, mas o motivo dessa atitude é o modo como o país vizinho gasta o que arrecada e a falta de democracia.

A Suazilândia é a última monarquia absoluta do Continente Africano e está prestes a ir à falência. No mês passado, os prelados já haviam pedido ao governo da África do Sul que liberasse o empréstimo sob a condição de que a Suazilândia realizasse reformas democráticas e que todos os privilégios da família real fossem revogados.

Não adiantou. O empréstimo de 355 milhões de dólares foi concedido sem qualquer objeção ao país que, desde 1973, é governado com a mão de ferro do Rei Mswati III, sob um controle permanente e rígido da população. Há forte repressão política e vasto uso da polícia política, das Forças armadas, de guardas civis e outros órgãos de patrulhamento. Esse dito Estado Policial ao qual o povo é submetido é um dos aspectos do totalitarismo e de sua ideologia.

A crise, portanto, não é só econômica, mas política e social. O país apresenta a maior porcentagem de pessoas contaminadas pelo HIV/AIDS (26% da população), a menor expectativa de vida (32 anos), uma taxa de desemprego de 40% e 70% dos habitantes vivendo abaixo da linha de pobreza.

Situação para a qual, aliás, os bispos já haviam, anteriormente, solicitado a intervenção da União Africana e da Comunidade de Desenvolvimento da África meridional. (ED)








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