DOM BERTIN FALA DA FUGA DE AL-SHABAAB DE MOGADÍSCIO
Djibuti, 09 ago (RV) - “Eu me pergunto se a retirada de Al-Shabaab é um recuo
estratégico para fazer chegar ajuda humanitária a Mogadíscio, para depois entrar em
possesso de uma parte, ou se a sua liderança sentiu a forte pressão internacional,
em particular da mídia, que apresentam os Shabab como inimigos de seu povo, e, portanto,
decidiram abandonar temporariamente o cenário da capital da Somália”. Foi o que disse
o Bispo de Djibuti, Dom Giorgio Bertin, que também é Administrador Apostólico de Mogadíscio,
falando à agência Fides sobre a retirada das milícias islâmicas da capital do país.
“A terceira possibilidade é que exista, em nível internacional, um desejo
para uma intervenção militar direta na Somália”, disse o prelado acrescentando: “Esta
alta visibilidade da Somália na mídia internacional me fez pensar nos anos de 1991-1992,
quando se realizou uma forte campanha da mídia, que precedeu a operação “Restore Hope”
em 1992.
Sobre a questão da penúria que atinge o país, o bispo de Djibuti
afirmou ainda que na Somália “o número de somalis que se deslocam para o Quênia, Etiópia
e, ultimamente, também em direção de Mogadíscio, indica que a situação é dramática”
mas que “toda esta insistência sobre a Somália na mídia como o “olho do furacão” da
crise alimentar no Chifre da África, levanta dúvidas de que seja o prelúdio de uma
intervenção militar humanitária”. (SP)