Roma, 08 ago (RV) - Na Síria não pára a repressão. Após os ferozes conflitos
na primeira sexta-feira de protesto durante o Ramadã, nas últimas horas registra-se
a intervenção de carros-armados do exército em Dayr Zor, no leste do país. As vítimas
são pelo menos 38. Vários observadores sublinham que a mão pesada do governo se acompanhada
à concessão de “eleições livres e transparentes” até o final do ano, anunciadas pelo
Ministro do Exterior sírio. Mas a comunidade internacional aguarda o fim das violências
para dar crédito a essas aberturas.
O rei Abdullah, da Arábia Saudita, anunciou
ontem, domingo, ter convocado seu embaixador na Síria para consultas, num comunicado
divulgado em Riad. O soberano pediu aos dirigentes sírios que "parem a máquina da
morte e com o derramamento de sangue, antes que seja tarde". "O reino saudita não
pode aceitar o que acontece na Síria. Os acontecimentos não têm justificativa", afirmou
o rei, para quem "o governo sírio pode aplicar reformas globais e rápidas".
Como
exortou o Papa no Angelus de ontem, o auspício é que a Síria restabeleça o quanto
antes a pacífica convivência. Sobre essas palavras pronunciadas pelo Santo Padre eis
o que disse à Rádio Vaticano o Patriarca greco-melquita de Damasco, Gregorio III Laham:
R - Desejo realmente agradecer ao Papa por sua preocupação e seu amor para
com o Oriente Médio: convocou o Sínodo Especial para o Oriente Médio, realizado em
2010, que se revelou para nós verdadeiramente uma preparação para afrontar a difícil
situação destes meses, deste ano. Com o Santo Padre também nós estamos em oração,
em Cenáculo, especialmente neste mês mariano no Oriente. Convidamos todos os nossos
cristãos a rezarem nas igrejas todos os dias pela paz e reconciliação, também com
nossos irmãos muçulmanos para enfrentarmos juntos esta situação.
P - Qual é
o seu apelo neste momento difícil?
R. - Eu desejo, ao mesmo tempo, com Sua
Santidade, com sua voz tão forte, chamar a atenção da Europa e também dos Estados
Unidos, para que resolvam o conflito israelense-palestino, que seria de grande ajuda
todos os países árabes, e para Israel, para termos um futuro melhor. Eu acredito que
esta solução é importante para nós. (SP)