BENTO XVI: COMO MARIA, DOEMOS JESUS AO MUNDO

Cidade do Vaticano, 05 ago (RV) - Foi celebrada na manhã desta sexta-feira, em Roma, na Basílica Papal de Santa Maria Maior – no dia em que a Igreja recorda a sua Dedicação –, a Missa Pontifical com a tradicional chuva de flores, em recordação do milagre da neve.

Em 26 de maio passado o Santo Padre conduziu, na Basílica, a oração do Terço – pelos 150 anos de Unificação da Itália – recordando que se trata do mais antigo templo do Ocidente dedicado à Mãe de Deus.

Durante a Missa Pontifical, presidida pelo Arcipreste da Basílica, Cardeal Bernard Francis Law, no momento do Glória foi lançada do teto uma chuva de pétalas brancas sobre o altar da Confissão: um rito que recorda a nevada de verão ocorrida no bairro Esquilino, segundo a tradição, em 5 de agosto de 358, indicando ao Papa Libério o lugar onde deveria ser construída uma igreja dedicada à Virgem.

Depois da igreja ali edificada, naquele mesmo lugar foi construída, no Séc. V, a atual Basílica, por vontade do Papa Sisto III, para comemorar as conclusões do Concílio de Éfeso que em 431 confirmou o título atribuído a Maria de Theotòkos: Maria é verdadeiramente Mãe de Deus.

Mas por qual motivo, dentre todas as mulheres – pergunta-se Bento XVI –, Deus escolheu justamente Maria de Nazaré?

"A resposta encontra-se velada no mistério insondável da divina vontade. Todavia, há uma razão que o Evangelho evidencia: a sua humildade... Sim, Deus foi atraído pela humildade de Maria... acolheu Jesus com fé e com amor doou-O ao mundo. Essa é também a nossa vocação e a nossa missão, a vocação e a missão da Igreja: acolher Cristo na nossa vida e doá-Lo ao mundo, "para que o mundo seja salvo por Ele" (Jo 3,17)." (Angelus, 8 de dezembro de 2006)

Mas a própria Virgem Maria terá feito a seguinte pergunta – observa o Papa: por que Jesus escolheu nascer na pobreza de uma jovem simples como ela? Maria teve a resposta após ter depositado no sepulcro o corpo de Jesus, morto e envolto em faixas:

"Somente então compreendeu plenamente o mistério da pobreza de Deus. Compreendeu que Deus se fez pobre por nós, para enriquecer-nos com a sua pobreza cheia de amor, para exortar-nos a frear a ambição insaciável que suscita lutas e divisões, para convidar-nos a moderar a mania do possuir e a sermos assim disponíveis à partilha e ao acolhimento recíproco." (Homilia, 1º de janeiro de 2009)

"Deus quis ser o Deus conosco – afirma o Papa – e tem uma mãe, que é a nossa mãe", mãe celeste, mas não distante de nós:

"Justamente porque está com Deus e em Deus, se faz muito próxima de cada um de nós. Conhece os nossos corações, pode ouvir as nossas orações, pode ajudar-nos com a sua bondade materna e nos é dada - como disse o Senhor – justamente como Mãe que nos ouve sempre, que está sempre próxima e, sendo Mãe do Filho, participa do poder do Filho." (Homilia, 15 de agosto de 2005)

Por isso Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, é fonte de esperança e de conforto para todos os seus filhos:

"Em meio às provações da vida e especialmente às contradições que o homem experimenta dentro de si e em torno de si, Maria, Mãe de Cristo, nos diz que a Graça é maior que o pecado, que a misericórdia de Deus é mais potente que o mal e sabe transformá-lo em bem... Confio à sua intercessão as necessidades mais urgentes da Igreja e do mundo. Que ela nos ajude, sobretudo, a termos fé em Deus, a acreditarmos na sua Palavra, a rejeitarmos o mal e a escolhermos o bem." (Angelus, 8 de dezembro de 2010) (RL)