2011-08-04 13:40:02

CHIFRE DA ÁFRICA: 13 MILHÕES DE PESSOAS PASSAM FOME


Roma, 04 ago (RV) - São 13 milhões as pessoas atingidas pela seca e fome no Chifre da África. Os dados dramáticos foram divulgados pelo Programa Mundial de Alimentos, que começou a distribuir ajuda humanitária na área. Enquanto isso, os Estados Unidos, anunciaram a sua intenção de afrouxar as sanções contra as milícias Al-Shabaab para garantir a chegada de gêneros de primeira necessidade à Somália. Sobre a situação no Chifre da África, a Rádio Vaticano ouviu Mario Raffaelli, Presidente da AMREF-Itália, uma organização internacional sem fins lucrativos, que se ocupa das questões relativas à saúde no Continente Africano – há mais de 50 anos presente nos países afetados por essa penúria.

R - As últimas notícias confirmam a dimensão dramática dos eventos relacionados à seca e, especialmente, na Somália, devido à dificuldade de se poder fazer chegar ajudas em todos os lugares. Do ponto de vista da estrutura de ajudas, algo finalmente está se movendo. Obviamente ainda há uma discrepância entre o que você pode fazer e quanto seria necessário.

P – Realizou-se na semana passada uma reunião da FAO em Roma, depois um encontro em Nairobi, e na próxima semana mais uma reunião promovida pela União Africana. A comunidade internacional, na sua opinião, está se movendo bem?

R. - A reunião da FAO em Roma, teve como resultado poucos compromissos sobre o futuro e se limitou a convocar o segundo encontro em Nairobi, que por sua vez não foi uma reunião com novos compromissos, mas de coordenação e que produziu esta terceira reunião.

P - Esta crise atinge um país como a Somália - a área mais afetada - já em dificuldade devido a instabilidade interna. Pode, segundo o senhor, paradoxalmente, uma situação do gênero como esta ajudar o país a sair desse túnel?

R - Como todas as crises, além do drama há também uma nova possibilidade, e por isso, se a crise for tratada de forma adequada poderia, talvez, permitir retomar os fios de um processo que foi interrompido. Isto também porque o drama tem causado uma perda de apoio por parte dos Al-Shabaab, por sua recusa em permitir a intervenção de organizações não-governamentais, e deu vida a contradições no seio deles, portanto, em muitas partes se fazem acordos locais que permitem esta chegada, contrariando a posição geral. Claro, isso deveria depois ser usado politicamente, através de uma intervenção que não será de breve tempo, porque a situação de emergência vai durar meses. E então, acima de tudo, será necessário que essas intervenções estejam ligadas a uma fase de reconstrução sucessiva, caso contrário, quando retornarem as chuvas, a situação será endêmica e, portanto, irreversível. (SP)








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