29 MIL CRIANÇAS MORTAS DE FOME EM 3 MESES NA SOMÁLIA
Washington, 04 ago (RV) - Clamando por ajudas da comunidade internacional,
a Agência Americana de Ajuda ao Desenvolvimento, informou ontem que em três meses
morreram de fome mais de 29 mil crianças menores de cinco anos na Somália.
Em
audição no Congresso americano, Nancy Lindborg, responsável da Agência Americana de
Ajuda ao Desenvolvimento (USAID) disse que os últimos 90 dias foram a pior crise
humanitária no Chifre da África, e a situação está se agravando.
De acordo
com as Nações Unidas, a fome propagou-se a três novas regiões na Somália, incluindo
a capital, Mogadíscio. A Unidade de Análise da ONU para a Segurança Alimentar e Nutrição
(FSNAU), referiu que também há crise de fome no assentamento de deslocados do corredor
de Afgoye, na comunidade de deslocados de Mogadíscio, e nos distritos de Balaad e
Adale, localizados na área de Middle Shabelle.
Até 409 mil somalis estão registrados
na zona do corredor de Afgoye, o maior acampamento de deslocados do mundo, de acordo
com a ONU.
Segundo a organização, a situação é mais grave no sul da Somália
porque a região é comandada por rebeldes islâmicos do grupo Al-Shabab, que impedem
a atuação das agências humanitárias.
A crise de fome ocorre quando dois adultos
ou quatro crianças por grupo de 10 mil pessoas morrem de fome a cada dia e 30% das
crianças são seriamente desnutridas.
A atual seca, uma das maiores dos últimos
50 anos, levou dezenas de milhares de somalis a tentar fugir para Quênia e Etiópia.
Na Somália, “3,2 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária imediata”
- declarou Nancy Lindborg.
Chris Coons, senador americano democrata, afirmou
no Congresso que a situação afeta a nutrição de 12 milhões de pessoas na Somália,
Etiópia, Quênia, Djibuti e outros países vizinhos do Chifre da África. (CM)