2011-08-03 14:24:37

Conselho de Segurança dividido sobre a Siria


(3/8/2011) O Conselho de Segurança das Nações Unidas volta a reunir-se, esta quarta-feira, depois de no dia anterior não ter conseguido aprovar a resolução de condenação à Síria, em várias horas de negociações.
Além de quererem chegar a acordo, os 15 membros do Conselho de Segurança esperam decidir sobre o formato da condenação, já que as opiniões dividem-se entre uma resolução, tal como defendem a União Europeia e os Estados Unidos, ou uma declaração presidencial, como sustentam outros países, principalmente a Rússia e China.
Depois de um debate demorado sobre uma eventual condenação à repressão do regime do presidente da Síria, Bashar al Assad, os 15 membros do Conselho de Segurança interromperam as reuniões e decidiram enviar aos seus Governos o texto em discussão, com várias versões, para receberem indicações quanto à via a seguir.
Muitos governos continuam a fugir à pergunta que Roula Khalaf fez, há dois meses, no "Financial Times": “Quando é que a repressão se torna intolerável?”
Opositores e activistas sírios repetem que a situação já passou este limiar. Um grupo da oposição foi ontem recebido pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, pedindo-lhe que o Presidente Barack Obama "diga ao Presidente Bashar al-Assad para se retirar imediatamente".
Temendo mais protestos durante o Ramadão, que começou na segunda-feira, no domingo o regime atacou Hama, deixando pelo menos 100 mortos. Da Turquia a Washington, todos se disseram "horrorizados". Segunda-feira, o Conselho de Segurança reuniu-se de urgência, mas como há dois meses, não conseguiu chegar a um consenso sobre um texto de condenação.
Os protestos pró-democracia começaram a 15 de Março. Pelo menos 1600 civis foram mortos e mais de 12 mil detidos; três mil estão desaparecidos. Até hoje, o Conselho de Segurança, o principal órgão executivo das Nações Unidas, não condenou o regime.
A Rússia e a China, membros com direito de veto, recusam uma resolução. São seguidos pelo Brasil, Índia e África do Sul.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que Assad "perdeu toda a humanidade" e "deve ter consciência de que é responsável perante a lei internacional". Horas antes, já a comissária para os Direitos Humanos, Navi Pillay, garantia que "o mundo está a olhar para a Síria".
A Itália chamou entretanto o seu embaixador na Síria para consultas. A União Europeia fez saber que não tem planos para chamar o seu representante, no dia em que o ministro sírio da Defesa passou a integrar a lista dos membros do regime alvo de sanções. Estes responsáveis, 35 ao todo, verão os seus bens congelados e não podem obter vistos de entrada nos Estados-membros. Sanções que, segundo os analistas, pouco afectam a sobrevivência e capacidade de financiamento do regime.








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