2011-08-03 11:48:37

AMOR E SOLIDARIEDADE: A RESPOSTA AO SOFRIMENTO


Cidade do Vaticano, 03 ago (RV) - A meditação semanal do prior de Taizé, Irmão Alois, é dedicada às vítimas dos atentados da Noruega e da penúria na Somália, Quênia e Etiópia. O jornal “L’Osservatore Romano” publica o texto em sua edição de hoje.

“A resposta à questão do sofrimento humano não se encontra numa ideia ou teoria, mas em nossas próprias vidas: é principalmente amando quem está ao nosso lado com compaixão e solidariedade, que podemos responder às tragédias que acontecem no mundo”.

“Diante do incompreensível sofrimento dos inocentes, nos sentimos desconcertados, e a pergunta que atravessa a história humana e chega a nossos corações é: Onde está Deus?”.
Como cristãos, não temos respostas automáticas a esta questão. O próprio Jesus – diz o prior da comunidade ecumênica – “não deu uma explicação, mas dividiu esta pergunta conosco até seu último suspiro de vida na terra. Jesus nos disse claramente que Deus não quer o sofrimento.

Durante a paixão na cruz, recusou o fatalismo e a passividade. Ele amou até o fim e apesar do caráter absurdo do sofrimento, continuou confiante de que Deus é maior do que o mal e que a morte nunca terá a última palavra. Nós podemos e devemos seguir Cristo nisso” – diz o prior, que convida a responder à questão do sofrimento humano “com nossas vidas”.

Irmão Alois explica que na Noruega, muitos foram solidários com as famílias que perderam seus entes nos atentados de 22 de julho. “Que este espírito de solidariedade anime a nossa existência, porque existem tantas situações que o requerem, perto ou longe de nós. Estar ao lado de quem sofre ou simplesmente ir a seu encontro levando compaixão pode lhe dar alívio”.

A meditação é dirigida a todos os jovens que do mundo inteiro vão à Taizé no verão para passar um período de oração e reflexão.

O prior anuncia que os almoços desta semana na comunidade serão feitos em silêncio, em sinal de solidariedade com as pessoas que têm fome no mundo. Na semana passada, houve uma iniciativa análoga para lembrar os mortos da Noruega.

Uma «parábola de comunidade»

A Comunidade de Taizé reúne uma centena de irmãos católicos e de diversas origens evangélicas, de quase trinta países diferentes. Através da sua própria existência, ela é uma «parábola de comunidade»: um sinal concreto de reconciliação entre cristãos divididos e entre povos separados.

Os irmãos da Comunidade ganham a sua vida pelo próprio trabalho. Não aceitam qualquer donativo.

Alguns irmãos vivem em áreas desfavorecidas do mundo, para serem aí testemunhas de paz perto daqueles que sofrem. Em pequenas fraternidades, os irmãos vivem em bairros degradados na Ásia, na África, na América Latina. Procuram partilhar as condições de vida dos que os rodeiam, esforçando-se em ser uma presença de amor junto dos mais pobres, dos meninos de rua, dos prisioneiros, dos moribundos, dos que estão interiormente feridos por rupturas afetivas ou pelo abandono.

Ao longo dos anos, jovens em número cada vez maior chegam a Taizé, vindos de todos os continentes, para viver semanas de encontros. Líderes da Igreja também vão a Taizé. A comunidade acolheu o Papa João Paulo II, quatro bispos de Cantuária, metropolitas ortodoxos, os catorze bispos luteranos da Suécia e numerosos pastores do mundo inteiro.
(CM)








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