Roma, 03 ago (RV) – “Esta terra foi fecundada pelo heróico testemunho de vida
de São Justino De Jacobis” – recordou o Prefeito da Congregação para a Evangelização
dos Povos, Dom Fernando Filoni, na homilia da Missa conclusiva do ciclo de celebrações
dos 150º aniversário de morte de São Justino De Jacobis, organizadas pela Diocese
de Melfi-Rapolla-Venosa, celebradas domingo, 31 de julho, na Igreja de San Fele, cidade
natal do Santo.
“Era justo – destacou Dom Filoni – comemorar a exemplar figura
de missionário de São Justino que, como o Servo de Deus Papa Paulo VI disse em 26
de outubro por ocasião de sua canonização, “teve como único defeito ter sido pouco
conhecido”.
O Prefeito da “Propaganda Fide” ilustrou um perfil biográfico do
Santo, destacando que depois de ir à Etiópia respondendo a um apelo lançado por Propaganda
Fide, o religioso lazarista começou a amar o povo Abissino, sua cultura e suas tradições.
“Dedicou-se integralmente ao estudo do ghe'ez, língua litúrgica indispensável para
compreender textos sagrados da antiga tradição teológica etíope”.
Dez anos
depois do início de sua missão na Etiópia, São Justino se tornou Vigário Apostólico
da Abissínia e foi ordenado Bispo pelo Cardeal Guglielmo Massaia. Em sua atividade
pastoral, como recordou Dom Filoni, “além de realizar um seminário para o clero nativo,
São Justino criou muitas estruturas missionárias. À evangelização das cidades, preferiu
a de áreas rurais e remotas do país, habitadas pelos mais pobres e humildes”.
O
Prefeito Filoni recordou também “o estilo de vida missionária e itinerante” do santo,
que ia com sua pequena tenda de uma aldeia para outra, e as duras provas às quais
foi submetido após a perseguição do Negus Teodoro II (“Padece a fome, sede e até o
cárcere”).
As celebrações pelos 150 anos da morte do Santo Evangelizador da
Etiópia se realizaram enquanto se verifica o drama dos povos etíopes e de outros países
do Chifre da África (de modo especial, na Somália). “A indigência continua a bater
às portas da história” – ressaltou Dom Filoni. “Nestas últimas semanas o Santo Padre
Bento XVI repetiu várias vezes, recordando que quase 12 milhões de africanos correm
o risco de morrer por causa da penúria e da seca que atingem o Chifre da África. Justamente
aquela terra amada por São Justino De Jacobis à qual se uniu para sempre”. (SP)