10 ANOS DOS ATENTADOS DE 11 DE SETEMBRO: MEMÓRIAS DA IGREJA ESTADUNIDENSE
Cidade do Vaticano, 02 (RV) – Perdão, paz e reconciliação. São as três palavras-chaves
que a Igreja Católica dos Estados Unidos está divulgando em vista aos 10 anos dos
ataques terroristas de 11 de setembro. Para isso, a Conferência Espiscopal dos Estados
Unidos criou uma sessão especial em seu site. Lá é possível encontrar orientações
litúrgicas e sugestões para as celebrações da data, que este ano cairá num domingo.
Os bispos sugerem algumas orientações para as homílias que serão feitas no
dia, cuja abordagem principal será: “o desafio do perdão”. “É preciso entregar ao
Senhor a nossa raiva e o nosso desejo de vingança porque compete a Deus e não a nós
punir aqueles que fizeram o mal. Não devemos ser vingativos, mas devemos perdoar”,
lê-se no site.
Entretanto, ainda segundo os bispos, “perdoar o outro não significa
absolvê-lo das suas resposabilidades”, porque “a misericórdia não exclui a justiça
ou a necessidade de conversão, mas abre um caminho de caridade que a encoraja a promove
ambas”.
A Conferência diz ainda que “até quando crermos no poder e na misericórdia
de Deus, teremos sempre esperança. Não esqueçamos que somos todos pecadores, todos
já fizemos o mal. Mesmo assim, Deus nos perdoa e então nós também devemos perdoar
porque Deus não nos perdoa porque somos merecedores, mas porque Ele é misericordioso”.
O texto que está na sessão especial do site da Conferência Episcopal dos EUA
diz ainda que “certo que é mais fácil perdoar uma grosseria ou um pequeno esquecimento
da vida quotidiana do que aqueles que promoveram os ataques de 11 de setembro, considerados
‘imperdoáveis’”.
No entanto, è justamente nesse contexto que se revela a “grande
sabedoria de Jesus”, porque “o perdão libera aquele que o pratica do fardo corrosivo
da raiva e do ódio”. Ao perdoar, “somos capazes de viver com a paz e com o amor ao
invés do ódio, que tudo destrói”. Mas atenção, destacam os bispos dos Estados Unidos:
“Jesus não nos conduz a uma passividade diante do mal. Devemos trabalhar para proteger
os inocentes e para conter os responsáveis dos crimes contra a humanidade. Mas ao
mesmo tempo somos chamados a perdoar, porque o perdão faz com que confrontemos as
situações em modo positivo e com amor, não com o medo e com o ódio”. “Perdoar não
significa não agir”, destaca a Igreja dos EUA, ao indicar os inúmeros passos que os
estadunidenses podem dar em sustento da fé: rezar para por fim às violências, fazer
jejum pela paz e pela justiça, aprender melhor a doutrina católica sobre a guerra
e a paz, praticar o diálogo inter-religioso, dar testemunho de valores cristãos como
o respeito pela vida e a tutela da dignidade humana, colocar-se a serviço dos necessitados,
ser solidário com que sofre e esperar sempre na graça de Deus.
Por fim, os
bispos oferecem algumas sugestões práticas de como celebrar as missas de 11 de setembro,
XXIV domingo do Tempo Comum. Os sacerdotes poderão escolher uma missa para a paz e
a justiça, com paramentos brancos, ou uma missa do tempo de guerra, com paramentos
roxos ou uma missa em sufrágio dos defuntos. São sugeridos ainda algumas intenções
de oração para todas as vítimas da violência no mundo, para a segurança dos militares
e dos funcionários públicos, e para os líderes de todas as nações “para que trabalhem
juntos para a paz e para eliminar a injustiça”. (RB)