2011-08-01 11:24:58

FOME E ANTIRRETROVIRAIS: UMA COMBINAÇÃO INEFICAZ QUE FAZ VÍTIMAS NO SUL DA ÁFRICA


Mababane, 01 ago (RV) - A Suazilândia, vizinha da África do Sul, é um dos países que apresentam a maior taxa de contaminação por HIV do mundo, ou seja, 26% da população é soropositiva. E a crise de saúde pública fica ainda maior diante da pobreza na qual vive a grande parte da população, que não tem o que comer: sem alimentos no estômago, os antirretrovirais não são eficazes.

Os antirretrovirais estabilizam a doença e diminuem em 96% o risco de contágio, conforme pesquisas recentes. O problema é que há uma grande massa de famintos na Suazilândia, e os medicamentos só funcionam quando ingeridos com alimentos. Ativistas informam que, por isso, pessoas têm ingeridos dejetos animais para que possam utilizar o tratamento.

Diferentes agências de notícias de todo o mundo estão trazendo essa problemática à tona. Na BBC, por exemplo, há a denúncia de que algumas pessoas dizem que vão parar de tomar antirretrovirais porque não têm o que comer.

O país tem um milhão e 200 mil habitantes, dos quais 230 mil são soropositivos.

Na semana passada, um protesto contra a crise reuniu centenas de pessoas na capital, Mababane. A organização da manifestação informou que uma das principais exigências é a de que o governo não corte o orçamento da saúde, e sim "mantenha sua promessa de priorizá-la".

Devido à crise, no mês passado, o parlamentar Joseph Madonsela disse que os hospitais estatais poderão vir a deixar de fornecer medicamentos antirretrovirais dentro de dois meses. O governo rejeitou a afirmação, mas admitiu ter pedido ajuda financeira à África do Sul e implementou medidas de austeridade.

No mês passado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) disse que a Suazilândia enfrentaria uma "grave crise de liquidez".

A falta de dinheiro forçou o rei Mswati a anunciar o cancelamento das comemorações do aniversário de 25 anos de seu reinado.

Ele, que é o último monarca absoluto da África subsaariana, tem uma fortuna estimada em 200 milhões de dólares, e cada uma de suas 13 esposas tem um palácio, todos pagos com dinheiro público. (ED)








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