2011-07-31 13:45:44

PAPA: "É PROIBIDO FICAR INDIFERENTES DIANTE DA TRAGÉDIA DA FOME"


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Castelgandolfo, 31 jul (RV) - Bento XVI vê no milagre da multiplicação dos pães, evocado na liturgia de hoje, “um exemplo eloquente da compaixão do Senhor pelas pessoas, e convida “a pensar em nossos muitos irmãos e irmãs que nestes dias, no Chifre da África, sofrem as dramáticas consequências da penúria, agravadas pela guerra e pela carência de estruturas eficientes”.

Depois do apelo lançado há dois domingos, a grave seca na Somália e nos países limítrofes voltou hoje a ser tema do encontro dominical do papa com os fiéis na residência de verão de Castelgandolfo.

Falando sobre a evangélica multiplicação dos pães, Bento XVI destacou que “o milagre consiste na partilha fraterna de poucos pães que, confiados às mãos de Deus, não apenas bastam para todos, mas até sobram: enchem 12 cestas”.

“O Senhor pede aos discípulos para distribuírem os pães à multidão. Desta forma, Ele os instrui e os prepara para a futura missão apostólica: com efeito, eles levarão a todos o alimento da Palavra da vida e dos Sacramentos”.

Segundo o papa, “neste sinal prodigioso, encontram-se a encarnação de Deus e a obra da redenção”.

Dirigindo-se aos 4 mil fiéis presentes no pátio da residência, ele afirmou que na Eucaristia, ao redor do Mistério eucarístico, nasce o serviço da caridade para com o próximo, e lembrou:

“Testemunha disso é também Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, de quem hoje a Igreja faz memória. Inácio escolheu, efetivamente, viver “procurando Deus em todas as coisas, amando-O em todas as criaturas”.

Citando seu livro “Jesus de Nazaré”, Bento XVI acrescentou que “Cristo está atento às necessidades materiais, mas quer doar mais ainda, porque o homem está sempre faminto de algo mais, precisa de algo a mais. No pão de Cristo, está presente o amor de Deus”. Em seguida, convidou os fiéis a rezarem a Virgem Maria para que abra nossos corações à compaixão pelo próximo e à solidariedade fraterna.

Na sequência, Bento XVI fez saudações em várias línguas, repassando trechos do Evangelho e dirigindo palavras de incentivo aos fiéis. Ao grupo de poloneses, recordou o milagre da multiplicação com o qual o Senhor alimenta a multidão esfomeada. Explicou que o Senhor não nos deu uma receita para matar a fome dos povos do mundo e nem para resolver o drama da fome:

“Ele nos recorda que é proibido ficar indiferentes diante da tragédia dos famintos e sedentos! Ele nos encoraja a dar-lhes de comer, a dividir o pão com os mais carentes. Como Cristo, devemos ser mais sensíveis à pobreza dos povos”.

Após receber os aplausos dos fiéis que o clamavam com insistência, o papa concedeu a todos a sua bênção apostólica.
(CM)








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